Em uma coletiva de imprensa convocada pela NASA na semana passada, foi anunciada uma descoberta importante que irá afetar todos os habitantes da Terra, porém daqui a mais de 160 anos.
Segundo dados de rastreamento da missão espacial OSIRIS-REx, o asteroide potencialmente perigoso Bennu tem uma probabilidade “extremamente pequena” de atingir o nosso planeta no ano de 2182.
A sonda espacial Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security-Regolith Explorer (OSIRIS-REx) foi lançada em 2016 para entender melhor os movimentos do chamado “Asteroide do Apocalipse”. Após desembarcar na rocha espacial em outubro de 2020, a nave retornou à Terra em maio deste ano, depois de passar mais de dois anos coletando informações sobre o tamanho do corpo celeste, formato, massa, composição e spin orbital. A OSIRIS-REx só chegará de volta em setembro de 2023.
O resultado dessas observações, publicado em um estudo na revista Icarus, admite que há uma ínfima possibilidade de que a enorme rocha de 560 metros de diâmetro possa passar por um “buraco de fechadura gravitacional”. Esse local no campo de gravidade da Terra poderia atrair o asteroide para uma rota de colisão com nosso planeta em 2182.
Os riscos de uma colisão de Bennu com a Terra
Bennu viaja a uma velocidade de incríveis 100 mil quilômetros por hora, o que significa que um eventual impacto com a superfície terrestre poderia liberar uma energia equivalente à de 70 mil bombas atômicas de Hiroshima, abrindo instantaneamente uma cratera de cinco quilômetros de diâmetro, segundo estimativas da NASA.
Quando o estudo começou a ser efetuado, a chance acumulada de impacto entre Bennu e a Terra era de apenas 0,037%, e que a ocorrência seria em torno de 150 anos, no intervalo temporal entre 2175 e 2196, quase no século XXIII. Com os novos dados fornecidos pela OSIRIS-REx, a probabilidade de uma colisão sobe para 0,057% até o ano de 2300, um valor ainda baixo, porém verificável, em 24 de setembro de 2182, se ocorrer o pior dos cenários.
Por via das dúvidas, uma missão da NASA chamada Double Asteroid Redirection Test (DART) está projetada para ir ao asteroide Didymos, com diâmetro de 780 metros e um corpo secundário (moonlet) de 160 metros. O objetivo dessa missão é colidir deliberadamente com o moonlet a uma velocidade de 6,6 km/s, para observar se o choque mudará a órbita original dessa rocha, e se temos tecnologia para desviar asteroides perigosos.
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