Fenômenos climáticos extremos e recordes de temperatura, sejam de calor ou de frio, como os que foram registrados neste ano, estão a ponto de se tornarem inevitáveis e irreversíveis, segundo o relatório publicado nesta segunda-feira (09) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Coordenado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e realizado pelos pesquisadores mais respeitados no mundo de diversas áreas que se relacionam com a ciência do clima, o relatório é o sexto publicado pela instituição desde 1988 e traz a chancela de 195 governos ao redor do mundo.
O relatório traz as evidências científicas mais robustas sobre a ciência física das mudanças climáticas e projeta os possíveis cenários para o planeta Terra. O documento está disponível para leitura (em inglês) e todas as referências científicas usadas nele estão listadas para consulta.
Os cientistas também subiram o tom sobre o papel da humanidade nas mudanças climáticas; agora, os especialistas dizem que é inequívoca a influência do ser humano nas alterações do clima — no relatório apresentado em 2013, os autores do relatório diziam que esse papel estava claro.
Alagamento no Rio de Janeiro, em 2018 (créditos: Celso Pupo/Shutterstock)
“As mudanças climáticas induzidas por humanos já afetam muitos extremos climáticos em todas as regiões do globo. Evidência das mudanças observadas em extremos como as ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais, e, em particular, a influência humana nesses episódios, tem se fortalecido desde o último relatório”, escrevem os cientistas.
Segundo o relatório, as mudanças nas temperaturas provocadas pela ação humana nos últimos séculos foi maior do que todas as variações registradas nos últimos 2.000 anos.
“As temperaturas na superfície da Terra vão continuar aumentando até pelo menos metade do século em todos os cenários de emissão [de poluentes] considerados. Aquecimento global de 1.5 ºC e 2 ºC será excedido durante o século 21 a menos que profundas reduções na emissão de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa sejam feitas nas próximas décadas”, diz o texto.
As reduções nas emissões dos poluentes, afirmam os cientistas, vão trazer benefícios imediatos na melhora da qualidade do ar que respiramos, mas ainda seriam necessários de 20 a 30 anos para experimentarmos uma estabilização nas temperaturas do planeta.
O relatório publicado nesta segunda (09) deve ser seguido por outros dois em 2022, que tratarão dos impactos das mudanças climáticas e das possíveis soluções.
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