A agência espacial russa Roscosmos divulgou em seu site, na quarta-feira (30), que sua nave de carga Progress 78, lançada anteontem (29), poderá entrar em rota de colisão com um satélite desativado da rede Starlink e um fragmento de foguete Falcon 9, ambos de propriedade da empresa SpaceX.
A perigosa aproximação foi detectada pelo Automated Warning System on Hazardous Situations in Outer Space (ASPOS OKP), segundo o comunicado. A espaçonave russa está transportando uma carga com cerca de 1,6 mil kg para a Estação Espacial Internacional (ISS).
Pelos cálculos preliminares das equipes, o satélite Starlink 1691 estará a apenas 1,5 km de distância da nave russa Progress 78 nesta quinta-feira (1º), às 18h32 no horário de Brasília. Três minutos depois, um entulho do foguete impulsionador Falcon 9, abandonado em 2020, ficará a 500 metros da espaçonave.
Nave Progress em órbita (Fonte: NASA/Reprodução)Fonte: NASA
O que acontece com os detritos espaciais
Entrevistado pelo site Space.com, o especialista em detritos espaciais e astrofísico do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Jonathan McDowell, explicou que esse tipo de situação não surpreende nem um pouco porque, depois da Starlink, "há muito mais coisas naquele regime de altitude 'logo abaixo da ISS' do que costumava haver".
Segundo McDowell, o Starlink 1691 foi lançado em setembro de 2020 e retirado da órbita operacional em abril passado. O problema é que "eles levam vários meses para baixar da órbita de 550 km para a reentrada [na atmosfera]", disse o cientista. Já sobre o lixo do Falcon 9, é possível que seja uma das quatro barras de tensão que se rompeu por uma entrada precipitada, antes que ela fosse recolhida.
O crescente número de satélites abandonados, estágios queimados de foguetes e resíduos espaciais vem preocupando a comunidade espacial há algum tempo. O grande perigo é que esses objetos "viajam" a velocidades de até 36 mil km/h, antes de queimar na atmosfera, ou cair na Terra.
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