Em 06 de julho de 1985, o cientista astrônomo e ativista norte-americano Carl Sagan disse, em parceria com James Beggs, administrador da NASA à época, que os humanos chegariam a Marte em um futuro não muito distante.
A afirmação foi feita para uma multidão de entusiastas das ciências astronômicas e engenheiros aeroespaciais, em um evento promovido pelas tradicionais entidades Planetary Society e American Institute of Aeronautics and Astronautics (AIAA). A reunião foi captada em vídeo, na ocasião, e reencontrada há pouco tempo nos arquivos da rede de notícias CNN – que publicou o registro em seu site CNN Business.
No vídeo em inglês, Sagan responde à audiência uma pergunta a respeito da possibilidade de levar um homem até Marte no ano de 2010. À época, a questão era bastante pertinente, uma vez que a concepção geral de Marte havia recém passado de um local inóspito e desolado para um planeta com vulcões e cânions gigantes, com grandes leitos de rios. Havia surgido a esperança de que com a presença de água, haveria potencial de o planeta abrigar vida.
Carl Sagan foi um cientista, físico, biólogo, astrônomo, astrofísico, cosmólogo, escritor, divulgador científico e ativista norte-americanoFonte: Pxhere
Sagan disse aos presentes: "Pelo que podemos dizer agora, não há nenhum sinal de vida em Marte, mas o planeta representa uma oportunidade notável". E emendou: "Marte é o planeta com o ambiente mais próximo da Terra em todo o sistema solar e a vida está em um e não no outro. Como é possível? É a situação clássica do experimento e do controle", afirmou.
Na sequência, James Beggs, administrador da agência espacial americana NASA à época, falou que algum dia o homem iria sim andar em Marte – e para ele, os esforços para pousar no planeta vermelho já estariam bem adiantados "na primeira década do próximo século". Beggs então afirmou que provavelmente seria possível para um ser humano caminhar em Marte dali a 50 anos, o que, contando da data da reunião, seria em 2035.
Afinal, quando o homem vai à Marte?
A maior parte da tecnologia que pode de fato levar o homem até Marte já está disponível, mas o dinheiro, não. Atualmente, a missão é promovida por membros da Planetary Society, do Congresso Americano e também por cientistas especializados como um esforço internacional – na tentativa de cortar custos e promover melhores relações entre Rússia e Estados Unidos, já que ambos os países enviaram no passado missões não tripuladas até Marte.
No momento o rover Perseverance, da NASA, está no planeta vermelho, analisando o solo e tirando selfies. O robô pousou em Marte no dia 18 de fevereiro de 2021 e desde então tem enviado fotos do planeta para a Terra. A missão deve terminar em dois anos, quando as amostras coletadas pelo rover devem chegar até o nosso planeta para análise.
Detalhes do solo de Marte, em imagem capturada pelo rover Perseverance.Fonte: NASA/Reprodução
O rover chinês Zhurong também pousou em Marte em 14 de maio deste ano, e está reunindo informações sobre a geologia, topografia, clima e potenciais depósitos de água do planeta vermelho.
Mas se depender da iniciativa privada, a primeira missão tripulada para Marte pode sair mais rápido: a SpaceX, do bilionário Elon Musk, pretende levar pessoas ao planeta já em 2024, a bordo da nave reutilizável Starship. Em 2018, Musk havia declarado a possível intenção de construir uma base em Marte no ano de 2028.
Se tudo der certo, o magnata pretende inclusive povoar o planeta com 1 milhão de pessoas até 2050. Para ele, estabelecer a presença humana em Marte será a maneira de garantir a continuidade da nossa espécie e consciência para além do nosso planeta.
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