A possibilidade de existência de vida alienígena pode ter ganhado um novo foco no meio científico. Caso se comprove a existência de seres inteligentes nos cosmos, astrônomos listaram alguns sistemas estelares próximos que poderiam visualizar a Terra através de seu movimento ao redor do Sol e de suas emissões de sinais de rádio.
Em uma nova pesquisa publicada na revista Nature, cientistas estimaram que 29 corpos celestes do passado, presente e futuro devem estar em uma posição privilegiada de poder observar o trânsito planetário terrestre e interceptar transmissões humanas.
“Uma maneira de encontrar planetas é se eles bloquearem parte da luz de sua estrela hospedeira. Nós perguntamos: ‘Para quem seríamos os alienígenas se alguém mais estivesse olhando?’ Há uma pequena fenda no espaço em que outros sistemas estelares têm um assento cósmico privilegiado para encontrar a Terra como um planeta em trânsito”, disse Lisa Kaltenegger, astrônoma do Instituto Carl Sagan, na Universidade Cornell em Nova York.
Cientistas listaram alguns sistemas estelares próximos que, caso tenham vida alienígena, podem ver a TerraFonte: NASA/Reprodução
Ao todo, foram identificados 2.034 sistemas estelares em 100 parsecs (326 anos-luz de distância) que poderiam ter “descoberto” a Terra em um período de 5 mil anos; desses, 46 estariam próximos o suficiente para detectar um sinal da existência humana. Como método, a equipe analisou dados da Agência Espacial Europeia (ESA), através da missão Gaia de mapeamento da galáxia.
Um salve para todos
O primeiro exemplo é a anã vermelha Ross 128, estrela da constelação de Virgem a cerca de 11 anos-luz de distância a partir do Sistema Solar. Ela tem um planeta em órbita que poderia abrigar vida e ter conseguido visualizar à Terra por mais de 2 mil anos. Contudo, perdeu essa capacidade há 900 anos.
Já na estrela de Teegarden, localizada na constelação de Aries a cerca de 12 anos-luz de distância, uma vida hipotética poderia ver nosso lar somente daqui a 29 anos. Os cientistas também apontaram que planetas da estrela hospedeira Trappist-1, a 45 anos-luz de distância, só devem testemunhar nossa presença em 1.642 anos no futuro.
Para Beth Biller, professora do Instituto de Astronomia da Universidade de Edimburgo — mas não envolvida na pesquisa —, o trabalho pode ajudar cientistas em outros aspectos na busca por vida alienígena. “Para mim, foi impressionante o baixo número de estrelas em 100 parsecs que poderiam ter visto uma Terra em trânsito”, comentou ao The Guardian.
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