Após desembarcar em Marte no dia 18 de fevereiro na barriga do rover Perseverance, o helicóptero Ingenuity tinha apenas como missão provar que poderia voar na atmosfera rarefeita do planeta vermelho. O sucesso foi tanto, que a NASA estendeu a missão. Mas durante sua sexta decolagem, no sábado (22), o dispositivo sofreu uma "anomalia de voo".
Divulgada ontem (27) pelo piloto-chefe do Ingenuity, Havard Grip, a missão do drone era obter imagens estéreo de uma região de interesse, e consistia em: subir a uma altitude de 10 metros, transladar 150 metros para sudoeste a uma velocidade de solo de 4 metros por segundo. Nesse ponto, deveria virar 15 metros para o sul enquanto fazia imagens em direção ao oeste, então voar mais 50 metros para o nordeste e pousar.
A princípio, tudo correu como planejado. Porém, após 54 segundos de voo, o Ingenuity sofreu uma falha que interrompeu o fluxo de imagens de sua câmera. A telemetria de voo mostrou que, após os primeiros 150 metros, a pequena nave passou a balançar. Apesar de ter pousado em segurança, os sensores mostraram oscilações de mais de 20 graus e picos no consumo de energia.
Consequências da falha do Ingenuity
Os problemas de inconsistência da câmera causaram a perda de uma única imagem, que era importante, e a entrega das demais com registros de data/hora imprecisos. Conforme Grip, "a partir daí, cada vez que o algoritmo de navegação fazia uma correção com base em uma imagem de navegação, estava operando com base em informações incorretas".
Na verdade, ao final da missão o Ingenuity conseguiu superar a situação, afirma o seu piloto-chefe, no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL), na Califórnia. Embora o voo tenha revelado uma inconsistência na cronometragem, que terá de ser reparada, "também confirmou a robustez do sistema de várias maneiras", reconhece Grip, com orgulho.
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