A agência espacial da Rússia (Roscosmos) revelou no sábado (22) planos audaciosos para uma futura missão a Júpiter. O país quer usar uma espaçonave movida a energia nuclear para chegar ao maior planeta do Sistema Solar, em uma jornada que deve ser iniciada no ano de 2030.
Segundo o diretor executivo de programas de longo prazo e ciência da Roscosmos Alexander Bloshenko, a propulsão ficará a cargo do módulo de energia Zeus. Funcionando como uma usina nuclear móvel, ele utilizará um reator de 500 quilowatts para realizar a viagem até o gigante gasoso.
O plano da missão prevê uma passagem primeiro pela Lua e depois por Vênus. A partir daí, a espaçonave russa aproveitaria a gravidade venusiana para mudar de direção, seguindo rumo a Júpiter e um de seus satélites. Conforme Bloshenko, a estratégia ajudaria na economia de energia.
A nave russa deve chegar a Júpiter em meados da próxima década.Fonte: NASA/Divulgação
A trajetória do voo ainda será calculada detalhadamente, assim como a quantidade de peso que a nave poderá transportar. Mas a expectativa da Roscosmos é de que a missão tenha uma duração total de 50 meses, o equivalente a pouco mais de quatro anos.
Viagens mais rápidas
A propulsão nuclear em viagens espaciais tem sido estudada há décadas, pois pode tornar os voos mais rápidos. Usando a gravidade ou a energia solar para acelerar, ir a Marte e voltar levaria mais de três anos, viagem que poderia ser encurtada em um ano com a energia nuclear, segundo a NASA.
Um dos países que mais testou a tecnologia, a Rússia já colocou mais de 30 reatores no espaço, enquanto os Estados Unidos apenas um. Os rovers Perseverance e Curiosity, atualmente no solo marciano, têm propulsão nuclear, mas sem usar um reator.
O projeto da espaçonave movida a energia nuclear da Rússia começou a ser desenvolvido em 2020. A versão final do equipamento deve ficar pronta até 2024.
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