O fenômeno meteorológico conhecido como ciclone é um sistema de baixa pressão em superfície, responsável por ocasionar mudanças repentinas no tempo de determinada região. Chama-se de ciclone bomba episódios de duração mais rápida — em um intervalo de 24 horas — e com efeitos intensos, associados a chuvas e rajadas de ventos fortes.
Essa combinação de fatores ameaça a integridade de estruturas, coloca a população em risco e frequentemente deixa um rastro de destruição.
No Brasil, o evento tende a acontecer no segundo semestre, contudo, registrou-se sua concentração em junho e setembro de 2020 no Sul do país. Dentre os efeitos, destacam-se ventanias de até 60 km/h no Paraná e de 90 km/h em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, além de queda nas temperaturas.
Efeitos do fenômeno no município de Chapecó/SCFonte: Climatempo/Reprodução
Com a aproximação do período mencionado, a plataforma Climatempo emitiu um boletim para destacar e orientar a população sobre a possibilidade de novos ciclones bombas. O comunicado também incentiva o planejamento para a contenção de danos nos estados e municípios, que podem inclusive ser seguidos pelas distribuidoras de energia.
Problemas para o setor de energia
A Defesa Civil registra todos os anos diversas reclamações emitidas tanto pela população quanto pelas concessionárias referentes aos impactos do fenômeno, sendo os mais comuns: a destruição de casas, queda de árvores, desmoronamentos e quedas de energia. Nesse último caso, constata-se o rompimento de cabos, assim como os tombamentos de torres e postes de transmissão.
Ciclone bomba pode impactar o setor energéticoFonte: Climatempo/Reprodução
Tal cenário pode gerar consequências às companhias elétricas, como a revisão de contrato de atuação. A “Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) exige que as distribuidoras de energia mantenham um padrão de continuidade no fornecimento”, destacou o site na publicação. Somente em junho de 2020, intensas rajadas de ventos deixaram mais de 600 mil pessoas no Rio Grande do Sul sem luz.
O Climatempo elaborou uma ferramenta que gera um índice de criticidade em microrregiões, a fim de desenvolver um histórico sobre eventos dessa categoria. A partir de recursos de inteligência artificial, ela simula a porcentagem de clientes por hora que tiveram o abastecimento interrompido. Essa tecnologia está disponível em forma de consultoria, através do Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo (SMAC).
Os ciclones extratropicais influenciam, por exemplo, nas estações chuvosas do Brasil, e são observados na faixa de latitude fora dos trópicos, no caso no paralelo 25° sul do plano equatorial terrestre. Assim, apesar dos possíveis efeitos danosos, o fenômeno é importante para o abastecimento hídrico e manutenção de reservatórios nacionais.
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