Agências governamentais espaciais ao redor do mundo indicaram medidas para a detecção de possíveis objetos e fenômenos no Universo, a fim de evitar um cenário catastrófico na Terra. Um levantamento feito pelo site Live Science apurou as principais ameaças, classificando-as em três grandes blocos: asteroides, emissões solares e detritos de satélites no espaço.
Para isso, a Força Espacial dos Estados Unidos, em parceria com a NASA, determinou o rastreio de corpos espaciais. Já a Agência Espacial Europeia (ESA), elaborou um projeto — chamado de Programa de Sensibilização Situacional Espacial —, que divulga informações completas e precisas sobre o ambiente externo e suas possíveis ameaças. Além dessas, centros de pesquisa, desenvolvimento e observação também são responsáveis por essa função, com a criação de comitês especializados no assunto.
Apesar de alguns eventos serem considerados improváveis de ocorrer, como a entrada de um asteroide que possa causar danos em grandes proporções ao planeta, outros se mostram cada vez mais comuns. Tal perigo é devido ao aumento de tecnologias de exploração espacial, bem como de sistemas de navegação e comunicação na Terra, que geram acúmulo de satélites em sua órbita.
No caso, o risco de colisão de um objeto próximo da Terra (NEO) — corpo celeste, como um asteroide, meteoro ou cometa — pode apresentar diferentes proporções por conta de seu tamanho. Um NEO pode estar a centenas de milhões de quilômetros de distância, e receber essa classificação por conta da possibilidade de mudança futura de rota. Dessa forma, especialistas usam telescópios e simulações para avaliar o risco de colisão e determinar a posição atual desse objeto, bem como para analisar novas órbitas.
Estudiosos avaliam o perigo de colisão de asteroides com a TerraFonte: Live Science/Reprodução
Mesmo que ocorra a previsão de entrada, muitos dos objetos acabam por se desintegrar enquanto adentram a atmosfera terrestre e, assim, não apresentam perigo para pessoas ou infraestruturas. Caso seja necessário, autoridades emitem avisos sobre um possível local de impacto. Além disso, há investigações em andamento para buscar formas de desviar um NEO perigoso antes que possa atingir a Terra.
Quanto a fenômenos meteorológicos no espaço de grandes proporções, a fonte mais relevante é o Sol. Sua emissão na forma de erupções solares e ejeções de massa coronal — liberações de grandes quantidades de matéria — é motivo de preocupação por impactar aparelhos e sistemas eletrônicos — para navegação e comunicação —, após atingir o campo magnético terrestre, em especial durante tempestades solares intensas.
Contudo, outros efeitos adversos do clima espacial podem emitir radiação de alta energia e causar efeitos ainda mais graves. Membros de tripulações aéreas são apontados como os mais vulneráveis, cuja saúde pode ser ameaçada caso passem muito tempo em grandes altitudes. Exemplo disso é a espaçonave Lagrange da ESA, que será a primeira missão a ter como foco o estudo do clima espacial. Ainda em desenvolvimento, o veículo ficará posicionado entre a Terra e o Sol, em distância igual entre ambos, para fornecer dados mais precisos sobre as intensidades e direções de tempestades solares.
Detritos espaciais
O número crescente de satélites na órbita da Terra e seus detritos foi apontado, pelas agências espaciais, como o maior problema para a previsão de riscos de colisão com o planeta. Essa esfera é composta por instrumentos na órbita terrestre com a função de comunicação, navegação, monitoramento ambiental e envio de missões de exploração no espaço profundo, o que gera acúmulo de lixo espacial.
Riscos do acúmulo de detritos de satélites no espaçoFonte: Live Science/Reprodução
De modo geral, esses objetos são abandonados após o período de atividade e se fragmentam na saída da atmosfera terrestre, dificultando o rastreamento e causando colisões. Para tentar prevenir o risco de contato, satélites atuais são projetados com um sistema de mudança de órbita — através de propulsores —, caso encontrem com algum remanescente em sua direção. Essa medida, porém, é de difícil controle em razão do crescimento exponencial de lixo espacial.
Nesse esforço, a ESA criou a Vigilância e Rastreamento Espacial, formada por uma rede de telescópios, radares e estações para detectar e rastrear objetos. Esse braço do programa da agência europeia pode determinar se uma órbita pode deixar de ser alvo em lançamentos de satélites no futuro, se constatado o seu sobrecarregamento.
Para evitar esse cenário crítico, a ESA também estuda métodos para a remoção de detritos espaciais. Nesse contexto, a organização já anunciou um lançamento previsto para 2025 da missão ClearSpace-1, sob o objetivo de remover o lixo do espaço em determinada órbita. O projeto contará com um sistema no qual sua espaçonave, ao retornar à Terra, será autodestruída na atmosfera juntamente com os entulhos coletados.
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