Um estudo feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificou anticorpos contra o coronavírus em um gato e um cachorro de rua no Rio de Janeiro. O estudo foi publicado, nesta semana, na revista científica Plos One.
A pesquisa indica que, apesar de terem sido expostos ao Sars-CoV-2, os animais acabaram desenvolvendo uma resposta imune contra o vírus. Segundo os cientistas, o trabalho reforça que os bichos também estão sendo infectados por outras pessoas.
“Os resultados atuais estão de acordo com as pesquisas anteriores que sugerem a transmissão humano-animal do Sars-CoV-2. Por essa razão, a investigação em populações animais, através de uma abordagem de Saúde Única, é necessária e deve ser encorajada”, defendem os especialistas no artigo.
Eles lembram, porém, que ainda não existe nenhuma evidência do contrário, da transmissão da covid-19 para seres humanos a partir de cachorros ou gatos. “Reforçamos que qualquer tentativa de abandonar ou maltratar os animais é condenável e não se justifica”, salientam.
O levantamento analisou amostras de animais que estiveram em 2 clínicas veterinárias da cidade do Rio de Janeiro, entre junho e agosto de 2020. Foram 96 animais examinados (de estimação e de rua que foram acolhidos por ONGS), sendo 49 gatos e 47 cachorros.
Os anticorpos neutralizantes específicos contra o coronavírus foram detectados no soro de um gato e um cachorro por meio do chamado “teste de neutralização por redução de placa”, que é uma metodologia de ensaio sorológico altamente específica.
Os bichos também passaram por testes de PCR, que também são utilizados em seres humanos para detectar a presença do vírus e apontar uma infecção em curso, mas nenhum dos animais apresentou resultado positivo.
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