Uma estrela a apenas 520 anos-luz da Terra começou a escurecer misteriosamente e pode estar produzindo toneladas de partículas chamadas áxions, ainda hipotéticas, candidatas ideais para a composição da chamada matéria escura. A proximidade do astro em questão, o Betelgeuse, um ponto vermelho brilhante na constelação de Órion, com nosso planeta é capaz de oferecer sinais valiosos sobre aquilo que a humanidade, por enquanto, desconhece.
Tais elementos teriam um milionésimo ou mesmo um bilionésimo da massa de um elétron, sugerem cientistas, e pesquisadores já se decepcionaram com tentativas fracassadas de detectá-los. Entretanto, não perderam a esperança, apenas ajustaram os limites de propriedades que, porventura, as novidades potencialmente apresentam.
NasaFonte: Nasa/Reprodução
A exemplo daquilo que supostamente formam, áxions não interagiriam com partículas luminosas; de todo modo, existe a probabilidade de que os já conhecidos fótons se convertam em exemplares misteriosos, dependendo com campo magnético ao qual são submetidos, e vice-versa, explica Mengjiao Xiao, físico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em entrevista ao Live Science.
Sendo assim, pelo fato de o núcleo termonuclear de uma estrela ser um bom lugar para grandes quantidades de fótons e de manifestar forte magnetismo (e de Betelgeuse ter cerca de 20 vezes a massa do Sol), Mengjiao suspeita que a região tenha se tornado uma verdadeira fábrica desse produto ainda não revelado.
Será que ele é?
De acordo com Xiao, Betelgeuse se encontra em um estágio de vida em que não emitiria luz substancial de raios X; logo, qualquer radiação desbalanceada indicaria, em tese, a presença dos áxions, que fluiriam em direção a nosso lar no espaço após escaparem do campo magnético ao qual estariam presos – mesmo convertidos em fótons durante a viagem. O problema? Chegar a um veredito é uma tarefa realmente complicada.
Joshua Foster, físico do MIT, destaca que ambientes estelares apresentam muito mais ruídos que laboratórios. Logo, equipamentos poderosos e muito estudo são essenciais, e Mengjiao e seus colegas se valeram do Nuclear Spectroscopic Telescope Array (NuSTAR), um satélite estadunidense destinado a pesquisar o cosmos, para nortearem suas análises.
NuSTAR fornece dados importantes a pesquisadores.Fonte: Reprodução
Por fim, resultados de tanta dedicação, anunciados na última terça-feira (20), sugerem que fótons e áxions são pelo menos três vezes menos propensos a interagir do que se acreditava anteriormente.
Ademais, recorrências anormais passariam por testes rigorosos antes de serem classificadas como algo inédito – e, se confirmadas, salienta Xiao, podem nos adiantar qual será o futuro do astro moribundo, assim como o nosso e, quem sabe, de todo o Universo em que vivemos.
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