O Ministério da Saúde recomendou, nesta sexta-feira (16), que as mulheres adiem a gravidez durante esse período crítico da pandemia do novo coronavírus, se possível, diante dos riscos provocados pelas variantes do Sars-CoV-2 em relação às gestantes.
Conforme o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério Raphael Parente, a sugestão de postergar a gravidez foi dada com base na visão clínica de especialistas, que apontam uma ação mais agressiva das mutações do coronavírus nas gestantes, com possibilidade de casos mais graves desde o primeiro trimestre — antes, os riscos maiores estavam ligados ao período final da gestação.
Ainda de acordo com Parente, a gravidez é uma condição que favorece a formação de coágulos no sangue. E como a covid-19 também tem sido relacionada à ocorrência de trombose (doença que surge com o aparecimento destes coágulos), ela se torna ainda mais perigosa para as grávidas.
O Centro de Controle de Doenças dos EUA também já alertou sobre os perigos da covid-19 para as grávidas.Fonte: Rawpixel
Ele também comparou a situação atual com a época em que houve um grande número de casos provocados pelo zika vírus, quando se notou uma redução na quantidade de gravidezes no país, e disse que a recomendação é direcionada principalmente às mulheres mais jovens, com maior possibilidade de “escolher o seu momento de engravidar”.
Vacinação para grávidas
Uma portaria do Ministério da Saúde publicada em março trouxe algumas mudanças nas regras para vacinação de gestantes contra a covid-19 definidas anteriormente. Com as alterações, as grávidas que tenham alguma doença prévia já podem receber a imunização, sem precisar esperar o calendário do Plano Nacional de Imunização.
Pelas novas orientações, as gestantes que apresentem alguma das condições prévias abaixo estão aptas a receber a vacina:
- Diabetes
- Obesidade — o Índice de massa corporal (IMC) deve ser igual ou maior a 30
- Doenças autoimunes
- Doença cardiovascular
- Doenças renais crônicas
- Hipertensão arterial crônica
- Imunossuprimidas
- Asma brônquica
- Transplantadas
No caso das grávidas sem doenças prévias, a vacinação também pode ser realizada, mas antes elas precisam passar por uma avaliação de riscos e benefícios. Já com relação às lactantes e mulheres na fase pós-parto (puerpério), a vacina só é aplicada no momento se elas estiverem nos grupos prioritários.
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