Em abril de 2019, o projeto Event Horizon Telescope (EHT) revelou a primeira imagem de um buraco negro na galáxia Messier 87 (M87) – cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra. Agora, dados de 19 laboratórios astronômicos mostram uma nova visão da singularidade.
Um vídeo hipnotizante apresenta novos detalhes do buraco negro supermassivo e do sistema que ele alimenta. Em especial, as observações podem ajudar a aprimorar testes da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
O vídeo começa com a imagem original do EHT e, em seguida, apresenta registros de radiotelescópio, através da luz visível, ultravioleta e raios-X. Ele também destaca dados de telescópios de raios gama na Terra e da NASA no espaço.
A imensa atração gravitacional do buraco negro pode criar jatos de partículas que viajam quase à velocidade da luz, por todo o espectro eletromagnético. Eles se espalham por todo o universo, abrangendo ondas de rádio que vão da luz visível até os raios gama.
Dessa maneira, cientistas compensaram a variabilidade coordenando observações com os telescópios mais poderosos do mundo, coletando a luz de todo espectro. Logo, essa é a maior campanha de observação simultânea já realizada em um buraco negro.
Para realizar o amplo trabalho foram necessários 760 pesquisadores e engenheiros de cerca de 200 instituições em mais de 32 países. Eles trabalharam de março a abril de 2017 para reunir o vasto conjunto de dados da M68.
Imagem original do buraco negro na M68 capturado pelo EHT em 2019.Fonte: EHT/Divulgação
Novos testes da Teoria da Relatividade
Segundo a NASA, os dados coletados serão usados por cientistas para refinar testes da Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Hoje, os principais obstáculos dos estudos são as incertezas sobre o material girando em torno do buraco negro.
Os dados também ajudarão a entender como são formados os “raios cósmicos” e o impacto potencial que tem no resto do universo. Conforme os pesquisadores, os jatos transportam energia liberada pelo buraco negro em escalas maiores que a galáxia hospedeira.
“Os resultados vão nos auxiliar no cálculo da quantidade de energia transportada e o efeito que os jatos do buraco negro têm em seu ambiente”, explica Sera Markoff, pesquisadora da Universidade de Amsterdã e coautora do recente estudo.
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