O governo japonês aprovou nesta terça (13) o plano para liberar no mar 1,25 milhão de toneladas de água usada para resfriar os núcleos da destruída usina nuclear de Fukushima, armazenada em mais de 1.440 tanques desde 2011.
O descarte, porém, não ocorrerá de imediato: segundo o governo japonês, o projeto de despejo ainda vai ser elaborado e, depois, passar por testes – fase que deve levar dois anos para ser concluída; toda a água deve ser jogada no mar ao longo de 40 anos.
O governo alega não ter mais espaço para armazenar a água contaminada.Fonte: Kyodo News/Kota Endo/Reprodução
Há vozes contra e a favor da medida. "A liberação de água de resfriamento no oceano é feita em outros lugares do mundo. Não é algo novo", disse o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi.
Por outro lado, o Greenpeace, no relatório Stemming the Tide 2020: The reality of the Fukushima radioactive water crisis, alega que o carbono radioativo contido na água armazenada também seria despejado no oceano, “concentrando-se em um nível milhares de vezes superior ao do trítio, com o potencial de danificar o DNA humano”.
Indústria arruinada
A maior preocupação vem das comunidades de pescadores. Países como a China e a Coreia do Sul, que proibiu a compra de frutos do mar pescados na região, ainda restringem as importações de produtos agrícolas e pescado japoneses desde o desastre em Fukushima.
Manifestantes protestam em Tóquio contra a decisão.Fonte: Getty Imagens/Takashi Aoyama/Reprodução
Para o presidente da federação nacional de cooperativas de pesca Zengyoren, Hiroshi Kishi, “liberar a água prejudicará a luta de uma década para reconstruir a indústria pesqueira. Nossos esforços teriam sido em vão".
A Tokyo Electric Power Co. (TEPCO) usa um sistema avançado para retirar 62 tipos de radionuclídeos da água, mas não o trítio, que ocorre em pequenas quantidades na água do mar e na atmosfera. O plano é diluir a água até que a concentração de trítio seja um quadragésimo do permitido na água potável.
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