Dez anos após o acidente nuclear que derreteu três dos seis reatores da usina de Fukushima, no Japão, o primeiro-ministro daquele país, Yoshihide Suga, afirmou que o governo já esperou tempo demais para decidir o que fazer com a água contaminada que ficou acumulada na usina, e anunciou que o líquido será despejado no oceano Pacífico.
Segundo a agência Reuters, a Tokyo Electric (Tepco) coletou mais de 1 milhão de toneladas de água contaminada dos tubos de resfriamento que foram utilizados para impedir o derretimento de todos os núcleos de combustível, desde que a usina foi atingida por um terremoto e um tsunami em março de 2011.
Porém, argumenta o político, em breve a usina ficará sem espaço para armazenar toda essa água subterrânea contaminada que começa a vazar para dentro da instalação, o que tornará “inevitável” a liberação do líquido no oceano.
As reações ao plano de derramamento de água radioativa no oceano
Fonte: Havana Times/ReproduçãoFonte: Havana Times
O plano vem despertando muitas polêmicas, principalmente entre os pescadores que temem a desvalorização dos seus produtos por serem pescados em águas radioativas. Mas o ministro do Comércio japonês, Hiroshi Kajiyama, garantiu que, antes de ser descartada no Pacífico, a água será purificada de forma a diluir o trítio radioativo, o resíduo que permanece mesmo depois do processo de limpeza.
Yoshihide Suga ainda não formalizou a decisão sobre o destino da água radioativa de Fukushima, mas o veredito deve sair em breve. Se a opção for realmente pelo descarte no mar, o plano é diluir o trítio até 2,5% da concentração máxima permitida pelos protocolos nacionais, e só depois disso despejar a água no mar ao longo de 30 anos.
Embora as autoridades japonesas assegurem que o derramamento da água não causará riscos para as pessoas ou contaminação para a fauna aquática da região, os pescadores continuam céticos, pois, desde que o acidente nuclear aconteceu, eles não conseguem vender seu peixe para 15 países.
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