Com 56% de seus cidadãos vacinados e outros 15% recuperados, Israel pode ter atingido a chamada imunidade de rebanho para a covid-19, estágio no qual a exposição a uma doença daqueles com potencial de manifestá-la é reduzida pela proteção indireta. Quanto à situação da Palestina, não há dados oficiais.
O cálculo do evento é baseado na taxa de transmissão do patógeno, que, de acordo com Eyal Leshem, diretor do Instituto de Viagens e Medicina Tropical de Sheba, é estimada entre 65 e 70% para o novo coronavírus. Sendo assim, considerando que 9,2 milhões de pessoas receberam o imunizante e cerca de 700 mil superaram a condição e desenvolveram anticorpos, o país se encontra em um cenário "confortável".
"Agora, vemos um declínio no número de casos, apesar da retomada de reuniões em massa e de atividades escolares depois do terceiro lockdown. A maioria das pessoas que um infectado encontrará estão imunes. Em comparação com os dois últimos lockdowns, após os quais houve aumento de contaminações, testemunhamos, ainda assim, uma queda, mesmo após a flexibilização", detalha o cientista.
De todo modo, especialistas não deixam de considerar incertezas acerca da pandemia.
Imunidade de rebanho garantiu a Israel cenário confortável.Fonte: Haim Tzach/GPO
Precauções e esperança
Israel está com as fronteiras fechadas a não habitantes da região, liberadas apenas para parentes de primeiro grau dos residentes. A precaução é necessária, afirma Leshem, devido ao desconhecimento do que mutações do novo coronavírus podem causar.
"Pelo que sabemos, a vacina Pfizer é bastante eficaz contra diferentes variantes na prevenção de doenças e de infecções, embora possa ser um pouco menos potente contra a sul-africana, ao menos no laboratório", explica.
Além disso, desafios se impõem a crianças e adultos não vacinados, uma vez que imunizantes foram administrados somente a pessoas com 16 anos ou mais. Nos próximos meses, entretanto, a previsão é de que, com a conclusão testes necessários, adolescentes de 12 a 15 anos recebam suas doses – o que possibilitará o retorno de turistas ao território.
Eyal Leshem, diretor do Instituto de Viagens e Medicina Tropical de ShebaFonte: Reprodução
"Espera-se que Israel seja um lugar muito seguro para os viajantes devido ao nosso menor risco de transmissão. O CDC e outras agências de saúde pública acreditam que, para pessoas totalmente vacinadas, viajar é um risco muito baixo, especialmente se elas fizerem um teste PCR antes de embarcarem em aviões", pondera Eyal, que, citando a manutenção da quarentena, ressalta: "É uma relação de risco-benefício razoável."
"Não há truques mágicos aqui. Se pessoas não vacinadas viajarem sem quarentena e testes completos, aumentaremos o risco de reintroduzir a doença no país", finaliza.
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