A humanidade já sonha há muitos anos com um elevador espacial. Trata-se de uma estrutura capaz de transportar cargas e pessoas de um ponto da Terra até a órbita do planeta de forma rápida, segura e econômica.
Só que essa tecnologia é, além de promissora, bastante complicada — com projeções para a instalação de um modelo funcional somente em 2050.
Quem discorda é o professor George Zhu, que dá aulas de Engenharia Mecânica na Universidade de York, no Canadá. Ele tem uma teoria mais otimista e, segundo um novo estudo publicado pelo cientista, é possível iniciar a construção de um elevador espacial com tecnologias disponíveis atualmente.
Um elevador no meio do caminho
O projeto de Zhu foi publicado no periódico científico Acta Astronautica e traz uma variante do elevador espacial que é mais simples e prático em funcionamento, embora não seja igual às ideias originais. "Falando tecnicamente, ele está meio que pronto. Só precisaria de alguns pequenos ajustes de engenharia, e não há dificuldades fundamentais em se fazer isso", afirma o pesquisador.
A principal diferença está em uma das pontas: em vez de ter uma posição fixa no solo, o elevador é "parcial" e ficaria inteiro no espaço, porém em partes diferentes da órbita terrestre.
Uma ilustração do funcionamento do equipamento no espaço.Fonte: Acta Astronautica
O transporte de cargas começaria a partir de um foguete simples (e mais econômico que modelos atuais em termos de combustível), que levaria o objeto somente até a entrada do elevador. Uma vez acoplado nos cabos, a mercadoria pode ser enviada para a outra extremidade, em uma posição mais avançada da órbita.
Com o elevador, os foguetes ainda poderiam transportar cargas bem maiores do que as missões atuais, já que não seria necessário fazer o transporte completo.
Em voos atuais, foguetes de múltiplos estágios são necessários para fazer o envio de cargas ao espaço.Fonte: SpaceX
Para tornar o mecanismo possível, é necessário utilizar dois cabos em vez de apenas um, como preveem os atuais projetos. Isso porque o sistema precisa de estabilidade em relação à força de rotação da Terra, ou força inercial de Coriolis. Assim, o elevador funciona com base em um contrapeso que faz o trajeto oposto: enquanto a carga sobe, outro objeto precisa fazer o trajeto inverso, anulando as forças.
Nada pronto
O projeto ainda existe somente em teoria e não há qualquer previsão de ser tirado do papel: somente um teste com um satélite experimental foi realizado. Ainda assim, a possibilidade de economizar em combustível deve ser vista com bons olhos por agências espaciais, já que essa é a grande aposta do uso de elevadores espaciais para envio de cargas à órbita.
Além disso, há alguns obstáculos reconhecidos para que a invenção vire realidade: objetos que já estão em circulação na órbita do planeta, desde satélites até lixo espacial, poderiam colidir com a estrutura e danificar o elevador, por exemplo. Como a estrutura é longa, qualquer manobra seria de difícil realização.
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