Pesquisadores descobriram novas espécies de bactérias na Estação Espacial Internacional (ISS), com o potencial de ajudar nos esforços de cultivar alimentos no espaço. O estudo, publicado no periódico científico Frontiers in Microbiology, foi conduzido por cientistas do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA em parceria com a Universidade do Sul da Califórnia, Universidade Cornell e Universidade de Hyderabad (Índia).
No caso, três novas cepas pertencentes à família Methylobacterium foram identificadas e isoladas, designadas como IF7SW-B2T, IIF1SW-B5 e IIF4SW-B5. Essas espécies apresentam determinantes genéticos biotecnologicamente úteis para a função, como capacidade de fixação de nitrogênio, solubilização de fosfato, tolerância ao estresse abiótico, promoção do crescimento de plantas e biocontrole contra doenças e pragas.
A expectativa é a de que elas possam proporcionar condições para o surgimento de safras em ambientes extremos, inclusive em Marte. No entanto, será necessário realizar mais experimentos para comprovar seu potencial para a agricultura espacial. Visando essa finalidade, o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos recomendou que a agência use a ISS como um banco de ensaio para pesquisa de microrganismos.
Possível função das amostras bacterianas ainda precisa ser comprovada em análises na TerraFonte: NASA/Reprodução
“Para cultivar plantas em locais extremos onde os recursos são mínimos, é essencial o isolamento de novos micróbios que ajudam a promover o crescimento em condições estressantes. Tendo em vista que nosso grupo possui essa experiência, fomos incumbidos pelo Programa de Biologia Espacial da NASA de pesquisar na ISS a presença e persistência dos microrganismos”, comentaram Kasthuri Venkateswaran (Venkat) e Nitin Kumar Singh, do JPL, em nota divulgada pelo site EurekAlert!.
Tal esforço já coletou e analisou centenas de amostras bacterianas a bordo da nave, porém aguardam o retorno à Terra para serem completamente examinadas. Para Venkat e Singh, esse é um longo processo que precisa ser superado, assim, seria essencial criar equipamentos de biologia molecular desenvolvidos especificamente para a ISS para alcançar uma exploração espacial segura e sustentável.
“Ao invés de trazer amostras de volta à Terra para análises, precisamos de um sistema de monitoramento microbiano integrado que coleta, processa e analisa os espécimes no espaço, com o uso de tecnologias moleculares”, comentaram.
Eles ressaltaram que manter o ambiente limpo e a segurança da tripulação é prioridade de qualquer trabalho no laboratório espacial, e destaca a importância de compreender possíveis patógenos humanos e vegetais na pesquisa. Nesse sentido, nos últimos 6 anos, 8 locais na ISS são constantemente monitorados, especialmente nas áreas que os experimentos são conduzidos.
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