Quando foi lançado, em 2002, o satélite meteorológico americano NOAA-17 deveria permanecer em órbita da Terra por apenas três anos mas, por mais de uma década, forneceu imagens valiosas para a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) até que seus instrumentos falharam e ele foi desativado, em 2013. Segundo o 18º Esquadrão de Controle Espacial da Força Espacial, o NOAA-17 se despedaçou no último dia 10 de março.
Não se sabe o que foi o responsável pelo fim do satélite, mas o que restou dele (ao menos 16 pedaços do que é agora lixo espacial) está sendo monitorado. "No momento, os destroços representam pouca ameaça à Estação Espacial Internacional ou a qualquer outro recurso espacial crítico", disse a NOAA em um comunicado (a ISS orbita a 400 quilômetros, enquanto o NOSS-17 ocupava a órbita a 800 quilômetros de altitude).
O NOAA-17 antes de seu lançamento, em 8 de junho de 2002.Fonte: NASA/Divulgação
Ao ser descomissionado, o satélite meteorológico (assim como seu antecessor, o NOAA-16, desativado em 2000 e em serviço por 14 anos), antes de o mandarem para a chamada “zona morta” da atmosfera, foi preparado para que não interferisse com outros objetos em órbita.
"Quando foi desativado, o centro de operações do satélite NOAA desligou todos os transmissores da espaçonave, desconectou as baterias, abriu as válvulas do propulsor para esgotar o nitrogênio e virou seu painel solar para longe da luz", disse a NOAA em comunicado.
Segundo dados da Agência Espacial Europeia, nos últimos 15 anos, dois terços dos satélites lançados para operar em órbita geoestacionária estão a 300 quilômetros acima de onde foram postos no início de seu funcionamento, na chamada órbita cemitério.
Sem indícios de choque
Segundo a agência, "essas medidas foram tomadas para garantir que o satélite fosse o mais inerte possível, além de minimizar o risco de interferência de radiofrequência com outras espaçonaves após o descomissionamento", disse a NOAA.
Além do satélite americano, o 18º Esquadrão de Controle Espacial detectou ainda destroços de uma sonda meteorológica chinesa, a Yunhai 1-02, lançada em setembro de 2019.
#18SPCS has confirmed the breakup of YUNHAI 1-02 (#44547, 2019-063A), which occurred on March 18, 2021, at 0741 UTC. Tracking 21 associated pieces – analysis is ongoing. #spaceflightsafety #spacedebris @spacetrackorg
— 18 SPCS (@18SPCS) March 22, 2021
As causas deste incidente e do NOAA-17 ainda não foram determinadas. A sonda chinesa deixou para trás 21 fragmentos, que também estão sendo monitorados. Não há indícios de que os dois tenham se chocado.
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