Antes de entrarem em erupção, vulcões dão sinais de que podem explodir, apresentando, por exemplo, mudanças em suas superfícies, assim como pequenos terremotos causados pela movimentação do magma em seus interiores e emissão de gases.
Por isso, rastreá-los adequadamente é de suma importância, uma vez que a ação permite a autoridades alertarem populações quanto a eventos e organizarem evacuações, salvando, assim, muitas vidas. Agora, a NASA se juntou à prevenção de tragédias com seus satélites.
Métodos adicionais de monitoramento são sempre bem-vindos, especialmente se envolverem fatores mais sutis, pois técnicas já aplicadas podem falhar, como o ocorrido em 2014 com o Monte Ontake, no Japão, que vitimou mais de 60 pessoas em um "ataque" silencioso.
Társilo Girona, do Jet Propulsion Laboratory, e sua equipe, em um novo estudo, se concentraram em ampliar os esforços de análises de temperaturas, antes restritos a pontos individuais e, portanto, variáveis.
Vulcões dão sinais de que vão explodir, mas nem todos são evidentes.Fonte: Unsplash
Para estruturarem a abordagem, os cientistas recorreram aos dados de radiação térmica dos satélites Terra e Aqua da agência espacial norte-americana, que oferecem informações globais duas vezes ao dia. Aliás, cada pixel das medições equivale a uma área de um quilômetro quadrado.
Depois, elencaram cinco vulcões que tiveram erupções significativas desde 2002 – época na qual os dispositivos começaram a funcionar – e que não estão localizados em ilhas muito pequenas, fornecendo, assim, detalhes adequados às expectativas.
Então, a surpresa: tendências de aumento da temperatura foram observadas nos períodos de dois a quatro anos anteriores a cada erupção. Apesar de 1 °C ou menos não parecer muito, as descobertas eram estatisticamente significativas, não apenas ruídos.
Análises indicaram elevação de temperatura anos antes em todos os casos.Fonte: Reprodução
Panela de pressão
Monte Ruapehu (Nova Zelândia), Calbuco (Chile), Monte Redoubt (Alasca) e Pico do Fogo (Cabo Verde) foram os exemplares selecionados, além do nipônico. Segundo a equipe à frente do projeto, a variação descoberta pode se originar da combinação de dois processos.
No primeiro deles, explicam os pesquisadores, a progressão do magma e sua aproximação da superfície estimularia a circulação hidrotérmica, aquecendo o terreno por baixo. Depois, o acúmulo de umidade no solo o faria emitir radiação térmica com mais eficiência – tornando-se mais "brilhante" aos olhos dos satélites.
Sejam quais forem os fenômenos responsáveis pelos dados gerados, as novas informações podem se juntar a outras, o que otimizará os níveis de confiança de alertas potenciais, estruturados a longo prazo a partir de eventos de curta duração.
Por fim, ajudam no preenchimento de lacunas relacionadas à compreensão do equilíbrio da energia existente no interior de vulcões e na previsão de quando e onde tudo é liberado.
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