No dia 18 de março de 1965, há exatos 56 anos, o cosmonauta soviético Alexei Leonov entrou para a história como o primeiro ser humano a sair de uma cápsula espacial e, amarrado nela, flutuar suavemente na órbita terrestre, para caminhar no espaço. Ele era piloto da missão Voskhod 2, uma das investidas da União Soviética para tentar vencer a corrida espacial com os Estados Unidos.
O passeio de Leonov naquele 18 de março, que coincidente também era uma quinta-feira, foi glorioso para as câmeras que registraram o evento em cores, como convém às propagandas, mas submeteu o astronauta a uma série de dificuldades e apertos que por pouco não causaram sua morte.
Os apertos no retorno à Terra
Após fixar sua câmera externa para filmar aquele momento histórico, Leonov tentou parecer despreocupado, mas despencou assim que saiu da espaçonave, entrando em giro e só parando no final da sua corda de sustentação de cinco metros. Mas o pior estava por vir quando, após cerca de 12 minutos de caminhada, o soviético notou que o seu traje espacial está “inchando” no vácuo do espaço.
Com pés e mãos escorregando para fora das botas e luvas, Alexei percebeu que não conseguiria entrar na estreita câmera de descompressão. Como só dispunha de cinco minutos antes de a nave entrar no lado noturno da órbita, ele decidiu, por sua conta e risco, ventilar o ar do seu traje até que, com menos da metade da pressão, conseguiu finalmente entrar de cabeça na câmera.
Depois de correr o perigo de ser vítima tanto da doença da descompressão quanto de uma insolação (pelo tanto que suou), Alexei voltou para a cápsula. Ele não precisou usar a pílula suicida que tinha em seu traje, e a humanidade havia caminhado no espaço. Porém a reentrada automatizada na atmosfera não funcionou, e Leonov, junto com Pavel Belyayev, tiveram que calcular a volta “no olho”. E na sorte.
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