Cientistas da Rússia inauguraram nesse sábado (13) um dos maiores telescópios subaquáticos do mundo, cujo trabalho será estudar as origens do universo a partir das águas cristalinas do Lago Baikal, na Sibéria, onde ele foi instalado.
Fruto de um projeto conjunto entre Alemanha, Polônia, República Tcheca, Rússia e Eslováquia, o telescópio subaquático profundo começou a ser construído em 2015 e terá a missão de observar os neutrinos, as menores partículas conhecidas da ciência atualmente.
Batizado de Baikal-GVD, ele consiste em centenas de módulos esféricos de vidro e aço inoxidável, que se conectam à superfície congelada por meio de cabos. O equipamento tem 0,5 km³ de volume (uma atualização futura o expandirá para 1 km³) e foi submerso a uma profundidade de 750 a 1.350 metros, a cerca de 4 km da margem do lago.
O Baikal-GVD também será utilizado para estudar outras partículas exóticas.Fonte: Joint Institute for Nuclear Research/Divulgação
Apresentado pelos pesquisadores como o “maior detector de neutrinos do Hemisfério Norte”, o Baikal-GVD concorrerá com o telescópio ANTARES, localizado no fundo do Mar Mediterrâneo, e com o Ice Cube, que fica enterrado em uma área próxima a uma estação de pesquisa dos Estados Unidos na Antártida.
Estudando os neutrinos
Difíceis de detectar, apesar de serem uma das matérias mais abundantes do universo, os neutrinos não possuem carga elétrica, são extremamente leves e interagem com outras partículas por meio da gravidade e da força nuclear fraca, viajando a uma velocidade próxima à da luz.
Tais características são as responsáveis pela dificuldade de encontrá-los, mas a água é o meio ideal para isso, de acordo com o diretor do Joint Institute for Nuclear Research Bair Shoibonov. A clareza dela, a sua salinidade próxima a zero e a presença de cobertura de gelo durante 2,5 meses por ano são fatores que influenciaram na escolha do Lago Baikal.
O estudo dos neutrinos pode ajudar a revelar informações valiosas sobre o que ocorreu no universo.
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