Na última quarta-feira (10), um navio de pesquisa deixou San Diego, nos EUA, e dirigiu-se para a Bacia de San Pedro, onde 31 cientistas passarão duas semanas mapeando os possíveis danos de uma terrível crise ambiental que pode ter sido depositada no fundo do oceano, ameaçando a vida dos moradores da ilha Catalina, a apenas 35 quilômetros da costa sul da Califórnia.
Em outubro de ano passado, a população da ilha, bem como todos os californianos, ficaram apavorados ao descobrir, através de uma reportagem do Los Angeles Times, que as águas da baía onde vivem já serviram como depósito de lixo para milhares de barris de DDT, um perigoso inseticida proibido nos anos 1970.
Segundo registros secretos obtidos pelo Times, o maior fabricante de DDT do país colocou resíduos tóxicos do produto em navios e os descartou na costa mensalmente por 40 anos.
Robôs procurarão lixo tóxico
Eric Terrill e o robô que mapeará o fundo do mar (Eric Jepsen/UC San Diego/Reprodução)Fonte: Eric Jepsen/UC San Diego
Face ao clamor da população, a comunidade científica oceânica entrou em estado de alerta e, rapidamente, montou uma tripulação, liberou as rotas de navegação e deflagrou uma expedição em alto-mar a bordo de um dos navios de pesquisa que tem hoje a tecnologia mais avançada do país, o Sally Ride.
A questão se tornou uma prioridade nacional depois que a senadora democrata Dianne Feinstein explicou que os barris em questão estão cheios de produtos químicos tóxicos que causam doenças na fauna marítima e até em humanos. “Ignorá-los ou alegar que é muito difícil lidar com eles não é uma opção”, declarou ela ao Los Angeles Times.
Falando também ao jornal californiano, o oceanógrafo Eric Terrill explicou que a expedição implantará dois robôs de alta tecnologia, espécie de “Roombas [robôs-aspiradores] subaquáticos” que vasculharão grandes áreas do fundo do oceano com sonar e produzirão dados de alta resolução para determinar áreas críticas para futuras investigações.
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