Em um país que começa a se acostumar com a sequência inaceitável de recordes fúnebres, o Brasil rompeu ontem (10), pela primeira vez, a marca de 2 mil mortes causadas pela Covid-19: foram 2.349 mortos nas últimas 24 horas, elevando a média diária para 1.645 óbitos.
Hoje (11), completa um ano da classificação da atual crise sanitária como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um aniversário odioso ao qual 270.917 brasileiros não poderão comparecer por estarem enterrados em alguma cova comum.
De acordo com levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa que faz a cobertura da situação da Covid-19 no país, até as 20h de ontem, foram reportados 80.955 novos diagnósticos da doença, totalizando 11.205.972 infectados no Brasil. A média móvel diária de casos diagnosticados foi para 69.107, 32% mais alta do que nos 14 dias anteriores.
Vacinação atual não terá efeito na taxa de infecção
Fonte: Ricardo Marajó/SMCS/ReproduçãoFonte: Ricardo Marajó/SMCS
Falando ao jornal O Globo, a microbiologista Gulnar Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), atribui os números macabros da pandemia ao “fracasso” da atuação do governo federal na crise. Para ela, “não era para o Brasil estar nessa situação. Essa quantidade de óbitos é inaceitável”, destacando que essa explosão de casos vinha sendo há muito informada ao Ministério da Saúde.
A presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, alertou que a atual campanha de vacinação não deve ter efeito na taxa de infecção da Covid-19 em curto prazo no Brasil, segundo O Globo. A microbiologista explicou que a imunização está ocorrendo de forma “incipiente”, e que há necessidade de “pressionar o governo para comprar mais vacinas”.
Conforme a iniciativa dos veículos de mídia, criada a partir de inconsistências nos dados do Ministério da Saúde, o Brasil só vacinou até o momento 4,26% da população com a primeira dose (9.013.639 pessoas) e somente 1,5% do total de brasileiros tomaram a segunda dose (3.166.189).
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