Lucy e os asteroides troianos de Júpiter: conheça a missão da NASA

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Está marcado para outubro deste ano o lançamento de Lucy, missão espacial liderada pela NASA. O objetivo da agência é explorar um grupo de objetos conhecidos como asteroides troianos de Júpiter, rochas tão antigas que carregam pistas sobre a criação do Sistema Solar e, quem sabe, a origem da vida na Terra. Confira detalhes a respeito do projeto.

Aprovada em janeiro de 2017 como parte do programa Discovery, a empreitada custará cerca de US$ 148 milhões, distribuídos por todas as etapas do cronograma. Seu nome foi inspirado em um fóssil de Australopithecus afarensis encontrado em 1974 no Triângulo de Afar, Etiópia, e espera-se que traga informações tão importantes sobre tempos remotos quanto nossa parente 3,2 milhões de anos mais velha o fez.

Por 12 anos, Lucy, com seus 14 metros de ponta a ponta e maior que um prédio de quatro andares, se valerá de um instrumento capaz de medir as temperaturas das superfícies de oito alvos.

Além disso, duas câmeras de alta resolução e um dispositivo que usa luz infravermelha para inspecionar e identificar gelo, material orgânico e diferentes minerais garantirão a coleta de dados relacionados à composição dos exemplares.

Nada disso seria possível sem o foguete Atlas V 401, responsável por tirá-la do solo do Cabo Canaveral, na Flórida.

Conceito de Lucy, missão ambiciosa da NASA.Conceito de Lucy, missão ambiciosa da NASA.Fonte:  Reprodução 

Pioneirismo espacial

Supostos remanescentes do disco primordial que formou o Sol e os planetas, asteroides troianos, capturados pela gravidade de Júpiter em algum momento próximo ao início de nosso sistema, se dividem em dois grupos. Todos foram batizados a partir de famosas figuras de um dos combates mais conhecidos da mitologia grega.

De acordo com as previsões, em 2025, Lucy fará um rápido sobrevoo sobre 52246 Donaldjohanson (homenagem ao paleontólogo que descobriu o fóssil). Nesta etapa, que acontece no cinturão principal, as equipes pretendem testar os equipamentos da missão.

Então, entre 2027 e 2033, ela passará por seis outros asteroides troianos de três subclasses diferentes (tipos C, D e P), além de outros dois objetos que giram um em torno do outro.

"Nenhuma outra missão espacial na História foi lançada para tantos destinos diferentes em órbitas independentes ao redor de nosso Sol", comemora a NASA.

Itinerário já foi definido. Agora, é só acompanhar e torcer.Itinerário já foi definido. Agora, é só acompanhar e torcer.Fonte:  Reprodução 

Pequena Lucy de Afar

Donaldjohanson e Eurybates, do tipo C, são ricos em carbono e parecidos com a maioria dos meteoritos encontrados na Terra. Já em Leucus e Orus, do tipo D, e Polymele, junto a Patroclus e Menoetius (sistema binário), três do tipo P, não se descarta a rica presença de elementos orgânicos – nunca analisados nessas condições pela comunidade científica e, potencialmente, catalisadores do surgimento de organismos vivos por aqui. Água sob a superfície rochosa é comum a todos.

No mais, Patroclus e Menoetius representam um desafio ainda maior a Lucy, já que passarão boa parte do período orbitando bem acima do plano eclíptico principal do Sistema Solar e se mostrarão acessíveis à missão somente em março de 2033.

Ou seja, caso tudo dê certo, motivos há de sobra para comemorar – e estaremos de olho em tudo o que está por vir tão presos ao solo quanto a primeira menina do mundo.

Fontes

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