O Orbitador de Reconhecimento de Marte (MRO) da NASA enviou, no domingo passado (21), uma imagem estranha capturada na superfície do planeta vermelho: uma “mancha” negra com 180 metros de diâmetro que, após analisada, revelou ser um poço profundo.
Tiradas pela câmera HiRise do MRO, as fotos foram investigadas por pesquisadores da Universidade do Arizona que, para entender a extensão das imagens, fizeram ajustes no brilho dos pixels, até perceber uma “áspera parede a leste do fosso”, afirmou o geofísico Ross Beyer, que concluiu: “O chão do poço parece ser de areia lisa e desce para sudeste”.
De acordo com Beyer, que mantém um blog com as ocorrências do MRO, a questão agora é determinar se essa fenda profunda é isolada ou se estaria ligada a uma rede de túneis subterrâneos deixados para trás por canais de lava de fluxo rápido, como as “claraboias” dos tubos de lava dos vulcões do Havaí, nos EUA.
A (antiga) hipótese das cavernas marcianas
Fonte: NASA/DivulgaçãoFonte: NASA
Essa suspeita de que teriam existido vulcões antigos em Marte já é uma hipótese antiga dos pesquisadores. Se essas cavernas realmente existem, é possível até que possam ser grandes o suficiente para abrigar bases planetárias completas, fornecendo abrigo para futuros colonizadores do planeta.
Não é a primeira vez que a NASA registra essas supostas "claraboias" como a que é descrita por Beyer. Em 2012, por exemplo, o MRO enviou fotos de alguns desses buracos, nas proximidades do vulcão Pavonis Mons, que remetem à existência de cavernas com até 225 metros de largura.
A boa notícia é que a NASA já está trabalhando com drones, como o Ingenuity (que está neste momento na “barriga” do Perseverance já em solo marciano), que teoricamente poderiam ser utilizados em um futuro mapeamento dessas cavernas, sem que um rover se arriscasse a despencar nas profundezas de um buraco gigante.
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