Em uma entrevista publicada ontem (17) na Spectrum, revista do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) dos EUA, o chefe de operações de helicópteros do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, Tim Canham, explicou como pretende operar um pequeno helicóptero em Marte, a 230 milhões de quilômetros de distância.
“Escondidinho” no interior do rover Perseverance, a sofisticada sonda da NASA que deve desembarcar em Marte hoje (18) à tarde, o helicóptero Ingenuity é na verdade uma estrutura do tamanho de uma caixa de lenços de papel pendurada em um par de rotores de fibra de carbono de 1,2 m de envergadura, se equilibrando em quatro pernas finas.
O peso do gadget é menos de dois quilos, mas a magnitude da sua missão é histórica. Se o empreendimento interplanetário funcionar conforme o planejado, o Ingenuity irá se tornar a primeira aeronave a voar fora do nosso planeta e, o que é mais impressionante, executando de forma quase autônoma, comandos enviados da Terra.
O que o Ingenuity fará em Marte?
“Uma das primeiras coisas que o Ingenuity deverá fazer quando chegar a Marte”, explica Canham, “é apenas sobreviver à sua primeira noite”. Para isso, até mesmo um termostato programável foi colocado a bordo para mantê-lo aquecido do frio (que pode atingir -90º C na cratera de Jezero). Na chegada, o drone se carregará com um painel solar no topo de seus rotores, diz o engenheiro.
Canham esclarece que, por trás dessa semiautonomia do Ingenuity, existe um processador Qualcomm Snapdragon 801, que inclui uma CPU quad-core, uma GPU e uma câmera VGA voltada para baixo de 55 megapixels. O computador controla o algoritmo de navegação visual, trabalhando com as características geográficas do planeta vermelho rastreadas pela câmera.
Completam o sistema de navegação uma IMU (Inertial Measurement Unit) do tipo usado em celulares e um altímetro a laser da SparkFun. Para maiores detalhes, diz Canham, você pode obter o framework do software do Ingenuity diretamente da NASA.
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