Colonizar Marte para garantir o futuro da humanidade é uma ideia defendida pelos bilionários Elon Musk e Jeff Bezos, que apontam a fuga para outro planeta como uma forma de lidar com as mudanças climáticas na Terra. Mas para Bill Gates, este plano não passa de “bobagem”, como ele deixou claro em entrevista ao podcast Sway do The New York Times, nessa segunda-feira (15).
Durante a conversa com a jornalista Kara Swisher, cujo tema principal eram as mudanças no clima, assunto abordado por ele em seu novo livro Como evitar um desastre climático - As soluções que temos e as inovações climáticas, Gates argumentou que é necessário se concentrar na resolução de problemas da Terra em vez de pensar em ir a outro planeta.
Entre os trabalhos mais urgentes a serem feitos, o filantropo destacou a importância de se investir na descarbonização das indústrias e na distribuição de vacinas que podem ajudar a salvar vidas, como por exemplo a combater a pandemia do novo coronavírus.
Ir a Marte? Bill Gates não tem planos de visitar o Planeta Vermelho.Fonte: Rawpixel
Questionado se iria ao Planeta Vermelho, ele respondeu que prefere gastar sua fortuna de outra maneira. “Não vou pagar muito dinheiro porque minha fundação pode comprar vacinas contra o sarampo e salvar uma vida por US$ 1 mil. Então, qualquer coisa que eu faça sempre penso, Ok, eu poderia gastar aqueles US$ 1 mil comprando vacina contra o sarampo”, se referindo à Fundação Bill e Melinda Gates.
Elogios e críticas
Apesar das indiretas aos colegas bilionários, Gates distribuiu elogios, principalmente ao CEO da Tesla e da SpaceX, lembrando da colaboração dada por ele ao meio ambiente com a produção de carros elétricos.
“Bem, é importante dizer que o que Elon fez com a Tesla é uma das maiores contribuições para a mudança climática já feitas por alguém. E você sabe, subestimar Elon não é uma boa ideia”, disse.
Ele defende o combate à poluição para salvar o planeta em vez de abandoná-lo.Fonte: Unsplash
Mas na sequência, vieram algumas ressalvas. Para ele, lidar com veículos eletrificados é um trabalho “fácil” diante do que é necessário fazer para frear as mudanças climáticas, assim como investir em foguetes e viagens a Marte em vez de se tornar uma empresa mais sustentável.
“Basicamente, não estamos fazendo o suficiente nas coisas duras: aço, cimento, carne”, comentou, dizendo ainda que as coisas pensadas atualmente — eletricidade e automóveis — são apenas um terço do problema. “Portanto, temos que trabalhar nos dois terços”, concluiu.
Fontes
Categorias