Uma declaração publicada na semana passada (3) no site da NASA revelou um ambicioso plano da agência espacial norte-americana para, em parceria com suas congêneres italiana (ASI), canadense (CSA) e japonesa (JAXA), promover uma futura missão robótica a Marte, para mapear as geleiras eventualmente disponíveis no planeta vermelho.
As quatro agências firmaram um acordo com o objetivo de formar uma equipe conceitual capaz de avaliar o potencial da missão e a viabilidade da parceria. O objetivo principal é identificar formações de gelo abundantes e acessíveis que possam funcionar como futuros locais de pouso e pesquisa em Marte. Se as conversações avançarem, a missão poderá ser lançada em 2026.
Batizada de Mars Ice Mapper, a missão internacional detectaria a localização, profundidade, extensão espacial e abundância de depósitos de gelos próximos à superfície marciana. Espera-se que a avaliação permita à comunidade científica um detalhamento atualizado do planeta vermelho.
Nesse sentido, o orbitador carregaria um radar capaz de identificar propriedades das concentrações de poeira e regolito (camada solta de material rochoso), além de avaliar a densidade dos depósitos de rocha que impedem o acesso ao gelo.
A utilidade da Mars Ice Mapper
Dióxido de carbono congelado derretido para mostrar camadas de gelo de água congelada em Marte (Fonte: NASA/Divulgação)Fonte: NASA
Esses dados podem se revelar muito importantes para estabelecer objetivos científicos das primeiras missões tripuladas a Marte, que deverão ser projetadas para um período de exploração na superfície do planeta por cerca de 30 dias, ocasião em que poderiam ser identificadas e caracterizadas as formações de água congelada, capazes de fornecer pistas para existência de vida no planeta.
Além disso, o descongelamento dessas formações geladas poderia funcionar como uma fonte de recursos de água para missões humanas com durações mais longas. O Mars Ice Mapper poderia servir também como valioso instrumento para evitar riscos de rocha e terreno em possíveis instalações de engenharia de exploração.
No comunicado, o consultor sênior da NASA, Jim Watzin, explica que, caminhando com a exploração humana, a robótica ajuda “a pavimentar o caminho para missões humanas mais inteligentes e seguras mais adiante no sistema solar”. Para ele, o mapeamento de gelo pode ser um passo importante para o envio de uma missão humana a Marte.
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