A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está procurando homens cisgêneros, que têm relações sexuais com outros homens e pessoas transexuais, para testes de fase 3 da eficácia de uma vacina contra o vírus HIV, o causador da AIDS.
Chamada de Mosaico, a pesquisa resulta de uma cooperação internacional entre instituições de oito países e é desenvolvida no âmbito da Rede HVTN, com financiamento da Johnson & Johnson. O grande diferencial desta vacina candidata é conseguir englobar proteção para diversos subtipos de HIV.
Segundo o coordenador da pesquisa no âmbito da UFMG, professor Jorge Andrade Pinto, “o HIV-1, que é o tipo mais comum, tem nove subtipos e várias formas recombinantes, em que esses subtipos se misturam”. Essa é a maior dificuldade, segundo o pesquisador, para o seu controle e para o desenvolvimento de uma vacina.
Fonte: Mosaico/DivulgaçãoFonte: Mosaico
Tecnologia de vetor viral
A tecnologia de vetor viral aplicada na vacina da Mosaico é a mesma da Sputnik V, vacina russa contra a covid-19. A vacina testada na UFMG também utiliza o adenovírus 26 (Ad26), que não é vetor de nenhuma doença grave, para receber partes do HIV. O que se espera é que o sistema imunológico do paciente fique “treinado” para reconhecer e combater o vírus.
Os estudos realizados nas fases anteriores revelaram que a Mosaico é segura e capaz de induzir a chamada imunidade cruzada, que é a capacidade de alguns linfócitos (células B ou T) em reconhecer sequências de um vírus e serem capazes de identificá-las no futuro em outro agente infeccioso. Apesar de os primeiros casos de AIDS terem surgido em 1982, até hoje não existe uma vacina para o vírus HIV.
Os interessados em participar dos testes precisam ter entre 18 e 60 anos e não realizar nenhum tipo de profilaxia nem antes ou depois de possíveis exposições ao vírus. Todos os custos pelas visitas (14 vezes no intervalo de 30 meses) serão reembolsados aos participantes.
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