Cientistas querem construir um processador com células-tronco para criar cérebro artificial biônico. Para tanto, foi criado o projeto Neu-Chip, uma iniciativa internacional que tem como objetivo principal mostrar como neurônios vivos são úteis na fabricação de processadores biônicos capazes de criarem inteligência artificial. O projeto recebeu um investimento de US$ 3,5 milhões da Comissão Europeia para Tecnologias Futuras e Emergentes e deve apresentar resultados em até três anos.
A ideia é que o sistema desenvolvido gaste apenas uma fração da energia necessária para rodar sistemas atuais de aprendizado de máquina. Para tanto, serão colocadas redes de células-tronco, semelhantes às do córtex humano, em microchips. Apesar dos recentes avanços científicos, a equipe acredita que imitar a atividade neural humana eletronicamente por meio de materiais semicondutores não é uma boa ideia.
"Nossa capacidade de projetar circuitos neuronais em um prato de laboratório e treiná-los para conduzir análises de dados fornecerá novos insights sobre como o cérebro processa informações e encontra soluções. A tecnologia desenvolvida pode até ajudar a projetar interfaces homem-máquina únicas e emocionantes," completou seu colega Eric Hill.
No lugar de transistores, serão usados neurônios reais obtidos a partir de células-tronco do cérebro de cobaias.Fonte: 3Brain AG/Reprodução
Os pesquisadores explicam que, nesse processador biônico, as células neurais receberão estímulos de padrões variáveis de feixes de luz. Qualquer mudança gerada por esse processo será monitorada por eletrodos. Após recolher os dados, a equipe determinará o nível de adaptabilidade das células nesse ambiente e, então, será possível imitar a plasticidade do cérebro humano — que se adapta rapidamente a novas informações.
"Nosso objetivo é tirar partido do poder de computação incomparável do cérebro humano para aumentar drasticamente a capacidade dos computadores de nos ajudar a resolver problemas complexos. Acreditamos que este projeto tem o potencial de quebrar as limitações atuais de poder de processamento e consumo de energia para trazer uma mudança de paradigma na tecnologia de aprendizado de máquina," disse o professor David Saad, da Universidade de Aston, no Reino Unido.
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