O “Relógio do Juízo Final” está mais perto do que nunca do apocalipse, alertou nessa quarta-feira (27) o Boletim de Cientistas Atômicos, grupo responsável por fazer a medição simbólica da vulnerabilidade do planeta às catástrofes climáticas e nucleares desde o final da década de 1940.
Conforme a organização, o Doomsday Clock, como ele é chamado originalmente, está marcando 100 segundos para a meia-noite, a mesma marca atingida pelos ponteiros em 2020, a mais baixa de toda a série histórica. Como a “meia-noite” representa o fim do mundo, quanto mais próximo dela maiores são os riscos para a humanidade.
A cada ano, o grupo justifica as mudanças no relógio do apocalipse mencionando os eventos que os inspiraram. Desta vez, a pandemia do novo coronavírus foi a principal ameaça. Os cientistas disseram que a covid-19 não apenas matou milhões de pessoas, como mostrou o enorme despreparo dos governos para lidar com as emergências globais.
A pandemia teve um grande peso para a manutenção da marca histórica do Relógio do Apocalipse, conforme os renomados cientistas.Fonte: Unsplash
O desenvolvimento de sistemas de armas nucleares inovadores e cada vez mais perigosos e as mudanças climáticas ao longo dos últimos 12 meses também foram apontados como potenciais ameaças ao planeta, junto com o Sars-CoV-2. Outro fator mencionado foi o perigo da desinformação online, facilitando a disseminação de falsas teorias da conspiração que levaram a muitas mortes.
Lampejos de esperança
Apesar dos pontos negativos justificarem uma mudança do relógio para ainda mais perto da meia-noite, o painel de cientistas revelou que alguns lampejos de esperança nos últimos meses os fizeram manter o dispositivo na mesma marcação.
Um dos pontos positivos comentados foi a vitória de Joe Biden nas Eleições dos EUA, por causa do tratamento dado pelo democrata às mudanças climáticas, vistas por ele como uma ameaça profunda, e também pelo seu senso crescente de cooperação internacional.
Categorias