Algumas das empresas que negociam a compra privada de vacinas contra covid-19 produzidas pela parceria Oxford/AstraZeneca podem desistir da iniciativa após a repercussão negativa da transação, conforme relata o Valor Econômico nesta quinta-feira (28).
Segundo o jornal, outros fatores também estão pesando para que essas companhias deixem o projeto, como a dificuldade para conseguir as 33 milhões de doses pretendidas e as divergências quanto ao percentual dos imunizantes contra o novo coronavírus que será doado ao Sistema Único de Saúde (SUS) — o governo exigiu 50% desta quantidade como contrapartida para apoiar a iniciativa.
Ainda de acordo com a publicação, a ideia inicial de uso privado das vacinas pode ser modificada ou até deixada de lado, por causa das críticas recebidas. Diante disso, um plano B deve ser apresentado ao ministro-chefe da Casa Civil General Braga Neto nos próximos dias.
A proposta inicial do grupo era usar parte das doses para imunização fora da rede pública.Fonte: Freepik
O novo plano inclui ações para elaborar uma campanha nacional de vacinação, respeitando os grupos prioritários já definidos pelo SUS, como a criação de pontos de imunização nas farmácias, aproveitando os cerca de 90 mil estabelecimentos do tipo no país.
As tratativas continuam
Apesar das divergências e da possibilidade de desfalques no grupo, as negociações com a AstraZeneca para a compra privada de vacinas continuam. Vale, Gerdau e Petrobras são algumas das empresas que estariam participando da conversa.
Porém, algumas delas só pretendem seguir na iniciativa caso a totalidade das doses adquiridas sejam doadas ao SUS para uso público, afirma o veículo, em vez de utilizadas no atendimento aos seus colaboradores, desrespeitando a fila de prioridades.
Na negociação com os acionistas da farmacêutica, cada dose está sendo vendida a US$ 24, o equivalente a R$ 130 pela cotação do dia. A quantia é superior à cobrada dos agentes públicos, que varia de US$ 5 a US$ 7, segundo o jornal.
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