Nesta terça-feira (27), a Microsoft anunciou que um time de pesquisadores da empresa, junto a cientistas da Universidade de Sydney, Austrália, desenvolveu um sistema de hardware dedicado a futuros computadores quânticos – o que pode estabelecer a base de equipamentos tecnológicos inéditos até o momento. De acordo com a companhia, eles criaram uma plataforma de controle quântico criogênico, que se vale de circuitos CMOS especializados em entradas digitais capazes de gerar sinais de controle qubit paralelos.
A novidade, indicam, carrega o chip Gooseberry, que contém, em si, o primeiro núcleo de criocomputação de uso geral do tipo, responsável pela realização dos cálculos necessários à determinação das instruções enviadas ao processador, que, por sua vez, alimenta pulsos de voltagem também para qubits.
"Sem dúvida, tanto o Gooseberry quanto o núcleo de criocomputação representam um grande avanço para a computação quântica", defende Chetan Nayak, membro da equipe. "Ter esses conceitos revisados por pares e validados por outros estudiosos é mais um salto à frente. De todo modo, existem diversas etapas a serem superadas para que um computador quântico relevante seja construído", pondera.
Versão simplificada da tecnologia e de seu modelo de condução térmica.Fonte: Reprodução
Eliminando entraves
Devido à complexidade dos processos, Nayak afirma que o foco da companhia está no longo prazo, já que, mesmo com o aprimoramento, é preciso desenvolver conceitos variados que vão além dos blocos de construção fundamentais dessas máquinas.
O maior desafio, destaca a Microsoft, está na necessidade de que aparelhos quânticos sejam mantidos em um ambiente extremo se o objetivo for preservar informações, que, por sua vez, são manipuladas em quantidades elevadas.
Os novos componentes, ressalta Chetan, substituem o emprego de um rack de eletrônicos em temperatura ambiente destinado à geração de pulsos de voltagem e o controle de qubits em uma geladeira de uso especial (cuja temperatura-base é 20 vezes mais fria do que a do espaço interestelar).
Esquema que ilustra como as informações circulam pelo novo sistema.Fonte: Reprodução
"Essa tecnologia prova que é possível compilar e executar muitos tipos diferentes de código (escritos nas ferramentas atuais) em um ambiente criogênico, permitindo maiores possibilidades do que pode ser realizado com qubits sendo controlados pelo chip Gooseberry", comemora Nayak. "Não pararemos nestes resultados", promete.
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