O governo federal deu o seu aval para que empresas privadas brasileiras possam adquirir um lote de 33 milhões de doses da vacina da fabricante britânica AstraZeneca, também conhecida como “vacina de Oxford”. De acordo com a seção Painel da Folha de S. Paulo desta segunda-feira (25), a autorização foi concedida em uma carta enviada diretamente à empresa produtora do imunizante.
A correspondência, redigida em inglês e remetida na sexta-feira (22), estipula algumas condições para que a operação seja realizada, e a primeira delas é que metade do lote, com 16,5 milhões de doses, seja doada ao SUS, ou seja, o bastante para imuniza 8,25 milhões de pessoas.
As demais condições a serem cumpridas pelas empresas envolvem a criação de um sistema de rastreamento das vacinas, a proibição da venda das mesmas, a obrigatoriedade de que sejam aplicadas de graça em seus funcionários, além de obterem uma autorização para importação e outra para o uso emergencial do imunizante pela Anvisa.
A carta à AstraZeneca
Vacinas da AstraZeneca vindas da Índia no dia 22 de janeiro passado (Fonte: Ministério da Saúde/Divulgação)Fonte: Ministério da Saúde
A carta enviada à sede das AstraZeneca teve cópias para o fundo Black Rock Holdings (acionista da fabricante) e Gustavo Campolina, da empresa BRZ Investimentos, de São Paulo. A correspondência foi assinada pelos ministros Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e José Levi (Advocacia-Geral da União), e por Élcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde.
Para os integrantes do governo, a decisão do Executivo de não continuar se opondo à compra da vacina por empresas privadas deveu-se ao alto preço das doses, bem acima dos valores pagos pelo Ministério da Saúde. Cada dose irá custar às empresas US$ 23,79, o equivalente a R$ 130, valor considerado muito acima dos preços de mercado.
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