Considerado o pior cenário de seca em mais de 100 anos, o estado do Paraná vive uma crise hídrica na qual alguns dos principais mananciais, como o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba (Iraí, Passaúna, Piraquara 1 e 2), o SAIC, que atende a região metropolitana e a capital paranaense, encontra-se com 44,43% do nível de água e já esteve pior no segundo semestre de 2020.
Na tentativa de reverter o processo, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está implantando um projeto de pesquisa e inovação, a ser desenvolvido até maio no sistema de abastecimento da capital, que, além de monitoramento e quantificação das precipitações, está, literalmente, fazendo chover.
Após conduzir um conjunto de ações, que envolveram até a busca de água em pedreiras, a concessionária paranaense contratou serviços áereos especializados de indução de chuvas localizadas com semeadura de nuvens na região do SAIC. Os trabalhos já estão sendo realizados pela startup paulista Modclima.
Como a Modclima semeia chuva?
Fonte: Modclima/DivulgaçãoFonte: Modclima
A empresa, que realizou missões para outras companhias de saneamento como a Sabesp (SP) e a Copasa (MG), já induziu uma primeira chuva, no dia 9 de dezembro do ano passado, sobre a Bacia do Passaúna. Até agora, já foram 12 chuvas provocadas pela técnica de semeadura de nuvens.
O procedimento é feito por uma avião, que pulveriza a base ou o topo de uma nuvem promissora com alguma substância que facilite a formação de gotas de chuva, como o cloreto de sódio (sal de cozinha), ou iodeto de prata e gás carbônico congelado. O sal, ou outra substância escolhida, atrai gotículas ao entrar em contato com o vapor d'água, criando os pingos de chuva.
Após avaliar os resultados finais dos trabalhos da Modclima, a Sanepar poderá definir se o método é viável, para ser então aplicado em situações semelhantes de crise hídrica, e estendido a outras regiões do Paraná.
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