(Fonte da imagem: Reprodução/Venture Beat)
Ao baixar um novo jogo para seu smartphone ou fazer o check-in em serviços como o Foursquare, você pode estar contribuindo para pesquisas científicas sem nunca saber disso. Basta realizar a leitura dos termos de registro de vários aplicativos disponíveis em locais como Android Market para perceber que cada vez mais programas coletam e enviam informações, para seus desenvolvedores, sobre a maneira como são utilizados.
Porém, como os humanos são parte de uma espécie acostumada a seguir determinados costumes, nem sempre os dados acumulados podem ser aproveitados da maneira desejada. Para resolver esse problema, cientistas propõe o uso de um “controle leve” para obter as informações de que precisam.
“O Flickr possui milhares de fotografias do Licoln Memorial. Mas quem tira uma foto da parte de trás do monumento? Poucas pessoas”, afirma Fabian Bustamante, professor associado da Northwestern University. Segundo ele, a inclusão de determinadas tarefas e objetivos em aplicativos para aparelhos móveis é a solução para resolver o problema.
Ao oferecer recompensas na forma de pontos ou incentivos na forma de descontos em lojas ou prêmios semelhantes, os pesquisadores são capazes de convencer facilmente pessoas a contribuir com os estudos realizados. Para provar essa teoria, Bustamante e seu time criaram um jogo para Android, baseado em realidade aumentada, chamado Ghost Hunter.
Caçando criaturas assustadoras
No game, cada participante deve andar por uma vizinhança à procura de fantasmas e outros monstros indicados em um mapa. Assim que o jogador chega à área correta, surge uma mira na tela do smartphone, indicando que ali há um elemento que deve ser fotografado — a pessoa é premiada com uma imagem de uma criatura, enquanto os cientistas obtém para si um registro do local desejado.
Simplesmente participar do game foi suficiente para convencer várias pessoas a saírem de suas rotinas, afirma John P. Rula, principal autor do projeto que descreve a experiência. Criações do tipo podem ajudar pesquisadores e empresas a realizar estudos importantes sem ter que gastar uma grande quantidade de recursos no processo.
Trabalho comunitário
Os dados coletados por um grande número de pessoas podem ajudar em trabalhos que envolvem desde a criação de modelos tridimensionais de prédios e estátuas até a medição do nível de poluição sonora de um local. Embora poucos se sintam estimulados a abrir o gravador de áudio do celular em ambientes públicos, receber um cupom de desconto para tomar um café pode ser o estímulo necessário para mudar essa história.
Segundo o trabalho de Rula, funções de “controle leve” podem ser incorporadas a aplicativos como o Foursquare e o Gowalla de forma fácil. Para isso, bastaria incluir aproximadamente 25 novas linhas de código aos aplicativos, processo que se mostra relativamente simples.