Um estudo ainda não revisado por pares, enviado ontem (7) ao repositório de pré-publicação bioRxiv, revelou que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo consórcio farmacêutico Pfizer/BioNTech revelou-se eficaz na prevenção às mutações do coronavírus altamente transmissíveis, encontradas no Reino Unido e na África do Sul.
Embora as conclusões ainda sejam limitadas, por não terem analisado o conjunto completo das novas cepas encontradas, sua importância é decisiva visto que essas mutações têm representado uma grande parcela dos novos casos de covid-19. As pesquisas utilizaram sangue colhido de pessoas que já haviam recebido a vacina.
Realizado por cientistas da University of Texas Medical Branch, o estudo descobriu que vacina da Pfizer foi capaz de neutralizar as mutações N501 e Y501 do vírus SARS-Cov-2 com base em um ensaio envolvendo 20 participantes, que fizeram parte de ensaios anteriores do imunizante.
As variantes do Reino Unido e da África do Sul
Nova cepa covid-19 no Reino Unido (Fonte: Reuters/Twitter/Reprodução)Fonte: Reuters/Twitter
As variantes de SARS-CoV-2 que surgiram no Reino Unido e na África do Sul e se espalharam rapidamente são preocupantes porque afetam a proteína spike (espinho), a parte que permite que o vírus entre nas células humanas. A variante do Reino Unido sozinha, conhecida como B117, já se espalhou pela maior parte do planeta.
Além dessas duas variações críticas, a Pfizer testou sua vacina contra um grande números de mutações. O cientista de vacinas virais da farmacêutica, Phil Domitzer, afirmou à agência Reuters que a boa notícia é que eles testaram 16 mutações, sem impacto significativo. A má notícia, concluiu, é que "isso não significa que a 17ª tenha".
Nas próximas semanas, os cientistas planejam concentrar seus esforços em testes contra outras mutações presentes nas variantes conhecidas, principalmente em uma detectadas na África do Sul, chamada de E484K, que, por ter alterações mais extensas na proteína spike, pode teoricamente resistir à imunização das vacinas atuais.
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