Você já ouviu falar em filamentos intergalácticos? Eles existem e, basicamente, consistem em estruturas compostas por gás cósmico que envolvem e conectam galáxias e aglomerados galácticos, formando uma rede que se estende pelo Universo. Pois, não é difícil imaginar que objetos desse tipo possam alcançar dimensões extraordinárias, mas, de acordo com Chelsea Gohd, do site Space.com, uma equipe de cientistas da Universidade de Bonn, na Alemanha, anunciou ter identificado o mais longo filamento intergaláctico de que se tem notícia – uma monstruosidade que se estende por pelo menos 50 milhões de anos-luz.
Rede intergaláctica
Segundo Chelsea, o mega filamento foi descoberto enquanto cientistas realizavam observações de um segmento do cosmos que abriga um sistema composto por 3 aglomerados galácticos situados a 700 milhões de anos-luz de nós conhecido como Abell 3391/95.
Mega filamentoFonte: Space.com / Reiprich et al. / Astronomy & Astrophysics / Reprodução
Mais especificamente, a estrutura foi identificada através do telescópio espacial eROSITA, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, na Alemanha, que é dotado de componentes supersensíveis à radiação de raios-X – emitida pelo gás que compõe os filamentos intergalácticos – capazes de gerar imagens em altíssima resolução de estruturas cósmicas.
Aliás, foi graças à capacidade do equipamento que os astrônomos conseguiram, ademais de estudar as galáxias que formam os conglomerados, detectar o imenso filamento que envolve e conecta o trio. Afinal, além da distância da Terra, outra dificuldade que os cientistas enfrentam na hora de observar estruturas como essa é o fato de as partículas que as compõem se encontrarem bastantes dispersas, o que as torna pouco “visíveis”.
Origem
De acordo com Chelsea, modelos e simulações apontaram que, logo após o Big Bang, há 13,8 bilhões de anos, boa parte do hidrogênio que compõe a matéria conhecida do Universo se colapsou em lâminas que, com o passar do tempo e com a expansão do cosmos, foram se “rompendo” e formando os filamentos.
Confirmando o modelo padrãoFonte: Space.com / Reiprich et al. / Space Science Reviews / Reprodução
Ainda segundo Chelsea, os pesquisadores estimam que os filamentos intergalácticos reúnem mais da metade de toda a matéria que dá origem a estrelas e planetas – e a tudo mais o que existe neles, na verdade –, daí a importância de compreender essas estruturas. O bacana é que a sua observação apoia o modelo padrão proposto para explicar a evolução do Universo, o que sugere que estamos no caminho certo para seguir desvendando os mistérios do cosmos.
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