Para combater a rejeição da população à CoronaVac, segundo uma coluna do jornal Folha de S. Paulo, o governo da China deu aval ao governo de São Paulo para chamá-la de "vacina do Brasil" ou "vacina do Butantan", caso isso tenha o potencial de facilitar a aceitação do imunizador pelo público brasileiro. João Doria, inclusive, já utiliza a segunda expressão e evita referências públicas diretamente relacionadas ao país asiático.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, feita por telefone entre 8 e 10 de dezembro com 2.016 brasileiros adultos em todas as regiões e estados do Brasil, revelou que a maior parte diz que prefere uma vacina de origem norte-americana (86%), inglesa (85%) ou russa (71%), sendo que metade deles afirmou que não tomaria uma vacina de origem chinesa. Entretanto, essas não foram as únicas descobertas do levantamento.
Ainda de acordo com o instituto, 22% não pretendem se vacinar, enquanto 73% disseram que participarão da imunização e outros 5% não sabem. Em agosto, somente 9% declararam não terem intenção de se imunizarem.
Metade dos entrevistados afirmou não ter interesse em "vacina chinesa".Fonte: Agência de Notícias Xinhua
Desinformação e expectativas
Com mais de 186 mil mortes oficiais relacionadas ao novo coronavírus até esta segunda-feira (21) e 7,2 milhões de infecções, o Brasil tem registrado a maior média móvel de casos da pandemia nos últimos dias.
A desinformação quanto a vacinas em desenvolvimento é outro problema enfrentado pelo país, disseminada, inclusive, pelo presidente da República Jair Bolsonaro, que, questionando possíveis efeitos colaterais de substâncias, afirmou, em evento realizado na última quinta-feira (17) na Bahia: "Lá no contrato da Pfizer, está bem claro: 'Nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral'. Se você virar um jacaré, é problema seu."
"Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles (Pfizer) não têm nada a ver isso. E, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas", complementou a autoridade. Nenhuma das afirmações possui embasamento científico.
Quanto à CoronaVac, a expectativa é que o pedido de uso emergencial seja enviado à Anvisa pelo Butatan nesta quarta-feira (23). O início de aplicação das 3,12 milhões de unidades já acumuladas está previsto para 25 de janeiro, de acordo com o governador João Doria.
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