A Força Aérea dos Estados Unidos permitiu que uma inteligência artificial assumisse parcialmente o controle do jato espião Lockheed U-2. Segundo o jornal Washington Post, o teste aconteceu durante um treinamento realizado na última terça-feira (15).
As autoridades americanas revelaram que essa foi a primeira vez que uma IA foi usada em uma aeronave militar dos EUA. O exercício não envolvia uso de armas e o avião tinha um piloto para assumir o controle no caso de uma eventual falha.
Apelidado de Dragon Lady, o jato espião Lockheed U-2 foi utilizado no teste com IA.Fonte: U.S. Air Force/Divulgação
Conforme destaca o relatório, a inteligência artificial atuou em tarefas específicas durante o voo de treinamento. No entanto, ela não assumiu o total controle do sistema do avião – incluindo o programa de armas.
Dessa maneira, o algoritmo estava apenas encarregado de usar os sensores do radar da aeronave para rastrear possíveis mísseis e lançadores de mísseis. Portanto, ele somente direcionava os sensores enquanto o voo era realizado.
Segundo Will Roper, secretário da Força Aérea, o objetivo é apresentar o conceito de “equipe homem e máquina”. Assim, no futuro, os robôs vão assumir as partes técnicas limitadas, enquanto os humanos seguem no controle das principais decisões.
No futuro, a Força Aérea deseja implantar o conceito de “equipe homem e máquina”.Fonte: Wikimedia/Reprodução
Software da Google como apoio
Para a realização do voo teste, a Força Aérea americana usou o algoritmo desenvolvido pela companhia DeepMind. Disponível publicamente, a inteligência artificial foi usada anteriormente para dominar jogos estratégicos como o xadrez.
Durante o processo, os engenheiros trabalharam com o Kubernetes, um software open-source de propriedade da Google. No caso, ele foi utilizado para promover a integração entre a IA e o sistema de computador de bordo da aeronave.
Josh Benetti, porta-voz da Força Aérea, explicou que a IA foi projetada sem um controle manual para “provocar reflexão e aprendizado no ambiente de teste”. Por fim, as autoridades militares classificaram o exercício como um divisor de águas.
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