Cientistas conseguiram reconstruir digitalmente o cérebro de um dinossauro, um Thecodontosaurus, também conhecido como dinossauro de Bristol, e o estudo, publicado na segunda-feira (14), no Zoological Journal of the Linnean Society, mostrou percepções consideradas “surpreendentes” sobre a dieta e o comportamento do réptil.
Utilizando técnicas avançadas de imagem e modelagem 3D, pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, conseguiram “reconstruir” o cérebro de um Thecodontosaurus, um gênero de dinossauros herbívoros que habitava a região onde é a Inglaterra atual, no final do período Triássico, há cerca de 205 milhões de anos.
Em um comunicado, divulgado pela Escola de Ciências da Terra da universidade britânica, Antonio Ballel, um dos autores do estudo, revela “que partes do cérebro associadas a manter a cabeça estável e os olhos e olhar fixos durante o movimento estavam bem desenvolvidas”.
Isso quer dizer que, embora a morfologia dentária sugira que ele se alimentava de plantas, é possível que esse dinossauro tenha se tornado carnívoro.
Metodologia da pesquisa
Fonte: Antonio Ballel/DivulgaçãoFonte: Antonio Ballel
Coautor do projeto, o professor Mike Benton explica que o Projeto Dinossauro de Bristol surgiu na década de 1990. O projeto de extensão educacional permitiu que muitos alunos aprofundassem suas pesquisas sobre o assunto.
Embora muitos daqueles fósseis tenham sido descobertos em 1800, seu estado de preservação permitiu sua exploração pelos modernos softwares implantados recentemente na universidade. Assim, modelos 3D foram gerados após tomografias que conseguiram extrair digitalmente o osso da rocha, revelando detalhes anatômicos inéditos sobre o cérebro e o ouvido interno.
Segundo Ballel, a caixa craniana do Thecodontosaurus encontra-se "lindamente preservada" o que permitiu a comparação com a de outros dinossauros. Além das características onívoras, que contrariam as de outros membros pescoçudos de sua família como os diplodocos e os brontossauros, também o estudo do ouvido interno mostrou características auditivas diferenciadas.
A frequência de audição do dinossauro de Bristol demonstrou uma capacidade aguçada de reconhecer guinchos e grasnados variados de diferentes animais, o que revela algum tipo de complexidade social.
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