“O Sol tem seu próprio ritmo”, disse o astrônomo Frédéric Clette do Observatório Real da Bélgica, que rastreia manchas solares. Pois uma explosão delas pode acontecer nesta quinta-feira (10), anunciando tempestades solares, cujos efeitos serão sentidos na Terra na forma de auroras boreais bem no meio do hemisfério norte.
A cada 11 anos, o Sol encerra um ciclo de atividades e começa outro, com o surgimento e o desaparecimento de manchas solares quando o Sol muda de uma estrela relativamente calma para tempestuosa. Desde que começou a ser medido, já se passaram 24 ciclos solares; o 25º começou oficialmente em dezembro de 2019.
As manchas solares costumam ser a fonte de erupções solares, quando ocorre a ejeção de massa coronal, como “espirros” de energia magnética que provocam auroras boreais espetaculares. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) está prevendo uma dessas amanhã, e ela promete ser bem mais forte que a ocorrida no último 29 de novembro, quando uma explosão solar classe M4.4 irrompeu na superfície do Sol.
São cinco os níveis de intensidade pelas quais as erupções solares são classificadas. As chamadas explosões de classe A são menos intensas, enquanto as classe X são dignas de serem exibidas no clímax de um filme catástrofe (pensou-se que a ocorrida no fim do mês passado tivesse sido uma dessas; foi difícil classificá-la porque ela ocorreu na face oposta à voltada para a Terra).
O Space Weather administra relógios de tempestades geomagnéticas, como esse que está cobrindo o período de 9 a 11 de dezembro.Fonte: Space Weather/Divulgação
Os astrônomos não tiveram que esperar muito pela erupção solar seguinte: no último dia 7, eles puderam ver uma explosão C7.4, com a ejeção de massa coronal bem na linha de visão do planeta. Mas não estamos nem perto do pico do Ciclo Solar 25: ele só deve acontecer em julho de 2025.
Mau humor em cena
Explosões solares costumam ser intensificadas pelos gases eletrificados, formadores do campo magnético do Sol, criando tempestades solares que, ao atingirem a Terra, podem causar blecautes de rádio de alta frequência e interromper as comunicações – as previsões do clima solar dão tempo para os operadores se prepararem.
O mau humor do astro vai aumentar a beleza do eclipse total do Sol que acontecerá na próxima segunda (14), com visualização máxima em regiões do Chile e da Argentina. Quando a Lua se alinhar à estrela, a coroa solar será visível a olho nu e, com mais explosões solares, ela será ainda mais ativa, com gigantescas chamas destacando-se contra a sombra lunar.
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