Ao testar vacinas contra a covid-19, a maior parte dos laboratórios não incluiu nos ensaios clínicos grávidas e crianças. Em vias de aprovar seu imunizante para adultos, a Moderna vai agora experimentá-lo em três mil adolescentes, com idades entre 12 e 18 anos incompletos, para “avaliar a segurança, reatogenicidade e eficácia da vacina mRNA-1273 SARS CoV-2”.
Segundo o laboratório, adolescentes que entraram na puberdade serão testadas antes de cada injeção para garantir que não estão grávidas. A dose a ser aplicada será a mesma usada em adultos.
Abhinav Chandra, de 12 anos, é o mais jovem voluntário nos EUA em testes de vacinas contra a covid-19.Fonte: Cincinnati Children's Hospital/Reprodução
Os voluntários serão dividido em dois grupos: um receberá a vacina e o outro, soro fisiológico, ambos em duas doses, com 28 dias de intervalo. Incluído no site Clinic Trials do governo americano, o estudo aparece como “ainda não recrutando voluntários”, e com encerramento em 30 de junho de 2022.
Segundo o laboratório, não foi ainda determinado onde os testes serão realizados nem quando começará o recrutamento de voluntários.
Mais ativos
Não apenas a Moderna testará sua vacina candidata em crianças: a Pfizer começou seu ensaio clínico em 12 de outubro, e a AstraZeneca incluiu, nas fases 2 e 3 dos testes no Reino Unido, crianças entre 5 e 12 anos.
Katelyn Evans, de 16 anos, toma a primeira dose da vacina no ensaio clínico da Pfizer.Fonte: Cincinnati Children's Hospital/Reprodução
“Todo mundo prevê que, quando testarmos primeiro em adolescentes e, em seguida, em crianças pequenas, a vacina contra a covid-19 funcionará. Mas crianças têm sistemas imunológicos mais ativos do que adultos e podem ter reações mais fortes, incluindo febre, dores musculares e articulares e fadiga mais intensas”, disse ao New York Times o infectologista William Schaffner, da Universidade de Vanderbilt e conselheiro em vacinas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
O imunizante é testado primeiro em adultos para ajudar a garantir que ele é seguro para testes pediátricos; segundo Schaffner, além dos riscos em dar a crianças uma vacina que jamais foi testada em um ser humano, se uma delas experimentar efeitos colaterais intensos os pais não permitirão que ela tome a segunda dose, o que invalidará todo o ensaio clínico.
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