Mastodontes, palaeolamas, preguiças gigantes e cavalos selvagens há muito extintos foram representados em gigantescos paredões de rocha pelos primeiros humanos a alcançar a Amazônia e vistos 12 mil anos depois por pesquisadores alcançaram a área hoje dominada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs).
Composta por arqueólogos britânicos e colombianos, a expedição encontrou os murais, que contam com milhares de pinturas de animais, humanos e figuras geométricas, gravados em penhascos que se estendem por 13 quilômetros cortando a floresta na região montanhosa da Serranía de la Lindosa (conhecida por sua arte rupestre).
A região é dominada pela FARCs e só pôde ser alcançada depois de quatro horas de caminhada por trilhas abertas através da floresta amazônica (a expedição partiu de San José del Guaviare, a 275 quilômetros de Bogotá). Segundo uma das integrantes do grupo, a arqueóloga Ella Al-Shamahi, “o local é tão novo que nem um nome tem ainda”.
Animais extintos
A estimativa da idade das pinturas rupestres se baseou nos animais representados, todos extintos há pelo menos 12 mil anos. O líder da expedição, o arqueólogo da Universidade de Exeter José Iriarte, disse ao jornal The Guardian que “são dezenas de milhares de pinturas; será preciso o trabalho de gerações para estudá-los. A cada volta que damos, nos deparamos com mais gravuras. Algumas estão tão alto que somente podem ser alcançadas por drones”.
Segundo ele, “as representações são tão naturais e perfeitas que restam poucas dúvidas sobre o que está ali. Podemos distinguir os pelos das crinas nos desenhos de cavalos da era do gelo. Há ainda peixes, tartarugas, lagartos, pássaros, pessoas dançando e de mãos dadas – uma figura usa a máscara de um pássaro com bico. É fascinante".
A descoberta se deu, na verdade, em 2019, mas está sendo divulgada agora por conta da série de documentários Jungle Mystery: Lost Kingdoms of the Amazon, que vai ao ar este mês na TV britânica.
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