Num tweet na última quinta-feira (19), o bilionário Elon Musk, CEO da SpaceX, divulgou mais um dos seus projetos ambiciosos: criar uma colônia no planeta Marte, que deverá ter até um milhão de humanos até 2050, vivendo "em cúpulas de vidro no começo".
Segundo Musk, cuja empresa transportou na semana passada quatro astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS), o novo empreendimento envolverá a terraformação, conceito há muito sugerido por cientistas e autores de ficção científica que especulam com a possibilidade de seres humanos poderem respirar na superfície aberta do planeta vermelho.
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Reconhecendo que uma hipotética terraformação seria muito lenta para ser implantada, Musk complementou sua postagem afirmando: "No entanto, podemos estabelecer uma base humana lá enquanto estamos vivos. Pelo menos, uma futura civilização espacial, descobrindo nossas ruínas, ficaria impressionada com o quão longe os humanos chegaram".
Life in glass domes at first. Eventually, terraformed to support life, like Earth.
— Elon Musk (@elonmusk) November 18, 2020
Como seria o processo de terraformação de Marte?
Terraformar um planeta inteiro é um processo que demandaria a modificação da atmosfera, da temperatura, da ecologia e da topografia, para que pudesse suportar um ecossistema como o da Terra. Embora seja um conceito meramente hipotético, Musk tem razão quando afirma que seria um processo muito lento.
Com base em uma declaração de Musk sobre a possibilidade de explodir os polos de Marte para aumentar a pressão atmosférica do planeta, o inventor e programador Robert Walker fez um exercício matemático em seu blog Science 2.0 no ano passado, e concluiu que seriam necessárias 3,5 mil ogivas nucleares por dia para derreter as calotas polares do planeta vermelho.
Fonte: News18/ReproduçãoFonte: News18
O problema é que essa atividade iria gerar uma quantidade de radiação que tornaria a superfície do planeta inabitável. Também a possibilidade de liberar dióxido de carbono “aprisionado” foi refutada por uma equipe de cientistas da NASA que, num estudo publicado na revista Nature Astronomy em 2018, afirmou não haver quantidade suficiente daquele composto químico em Marte para aumentar a pressão atmosférica.
Mesmo com evidências científicas, Elon Musk não se deixa abater e reconhece que construir uma cidade em Marte seria uma tarefa árdua, perigosa e difícil, mas completa: “Não é para os fracos de coração, pois há boa chance de você morrer. [...] Mas será muito glorioso se der certo”.
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