Na última segunda-feira (9), a Pfizer e a BioNTech anunciaram que a vacina produzida por elas apresentou mais de 90% de eficácia na prevenção à covid-19, se mostrando promissora. Essa notícia também chamou a atenção pelo uso de uma tecnologia inovadora na produção do imunizante.
A vacina genética, como a técnica é conhecida, não injeta no organismo um vírus ou pedaço dele, como acontece no modelo convencional: a proposta é fazer com que o próprio corpo produza a proteína do vírus. Para tanto, é necessário identificar qual parte do código genético viral carrega as instruções e adicioná-lo à imunização.
Depois da aplicação do RNA mensageiro no paciente, ele é absorvido pelas células, que começam a produzir as proteínas virais a partir das informações recebidas. Em seguida, essas proteínas passam a ser vistas como uma ameaça pelo organismo, alertando o sistema imune, que então inicia a produção de anticorpos para neutralizar um possível ataque real.
A vacina genética está sendo desenvolvida por várias farmacêuticas.Fonte: Pixabay
Considerada um método revolucionário, de alto rendimento, barato e rápido, a vacina gênica não exige a manipulação do vírus em laboratório nem o uso de outros ingredientes, como o ovo de galinha, utilizado em algumas preparações. Basta criar e copiar a sequência genética desejada.
Vacina genética altera o DNA?
Como se trata de uma técnica nova, ainda há muitas dúvidas em relação a este método de produção da imunização contra covid-19. Diante disso, ela tem sido incluída em notícias falsas na internet, afirmando, por exemplo, que a vacina genética pode alterar o DNA.
A segurança dela ainda está em avaliação, mas conforme especialistas, não há qualquer risco de alteração do DNA. A substância injetada no organismo se mantém dentro das células e somente por algumas horas, não possuindo nenhuma capacidade de "interagir" com o nosso código genético. Além disso, ela também não traz riscos de desenvolver a doença.
A vacina não "interage" com o DNA humano.Fonte: Pixabay
Vale ressaltar que 40 das 187 vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento, atualmente, utilizam este método, das quais 10 estão em ensaios clínicos e duas na parte final da pesquisa.
Além da vacina da Pfizer, a outra do modelo gênico em estágio avançado de testes é a imunização da Moderna, aplicada em 30 mil voluntários nos Estados Unidos.
Categorias