A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, nesta quarta-feira (21) que os testes clínicos da vacina de Oxford no Brasil não serão paralisados. A possibilidade de interrupção foi cogitada depois do anúncio da morte de um dos voluntários que participam do estudo, na última segunda-feira (19).
Conforme o presidente da Anvisa Antônio Barra Torres, o Comitê Internacional de Avaliação de Segurança, responsável por analisar a eficácia das imunizações contra a covid-19 que estão sendo testadas, sugeriu a continuidade do ensaio, após a realização de uma revisão independente.
Essa recomendação foi diferente da que foi dada em setembro, quando uma voluntária britânica que recebeu a vacina, produzida em parceria com a AstraZeneca, apresentou mielite transversa, um tipo de inflamação na medula espinhal. Imediatamente, os testes foram interrompidos em todos os países participantes da pesquisa, mas acabaram sendo retomados dias depois.
Cerca de 10 mil voluntários brasileiros participam do estudo.Fonte: Freepik
No Brasil, os testes da vacina Oxford/AstraZeneca são coordenados pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal de São Paulo (Crie/Unifesp) e incluem 10 mil voluntários, de cinco estados. Todos os participantes são trabalhadores da área de saúde que têm contato regular com o novo coronavírus.
Voluntário falecido teria recebido placebo
A Anvisa, a instituição britânica e o laboratório que produz o imunizante não forneceram maiores informações a respeito do voluntário participante do teste que morreu, alegando confidencialidade dos dados. Mas a TV Globo e a Bloomberg tiveram acesso a alguns detalhes do caso.
De acordo com as fontes ouvidas, o voluntário era um médico de 28 anos de idade, que atuava na linha de frente do combate à covid-19. A morte dele teria ocorrido por complicações causadas pela doença, sem apresentar relação com os testes, o que teria levado à não suspensão do estudo.
Os veículos também disseram que ele fazia parte do grupo de controle e recebeu um placebo, em vez das doses da vacina em desenvolvimento.
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