Pela primeira vez em sua história, a NASA conseguiu coletar amostras da superfície de um asteroide com sucesso. O feito, alcançado nessa terça-feira (20), foi realizado pela nave OSIRIS-REx, após ela tocar brevemente a rocha espacial Bennu, colhendo materiais que podem conter pistas sobre as origens do Sistema Solar e da vida na Terra.
Segundo a agência espacial americana, a sonda realizou uma manobra conhecida como “Touch-and-Go” (TAG), que consiste em um rápido pouso no asteroide. Foram cerca de 10 segundos em uma cratera do corpo celeste, o suficiente para que o braço mecânico conseguisse coletar pelo menos 60 gramas de amostras.
Na sequência, a OSIRIS-REx disparou seus propulsores e decolou, ficando a uma distância segura do Bennu, levando a equipe a comemorar. “O fato de termos tocado com segurança e sucesso a superfície de Bennu, além de todos os outros marcos que esta missão já alcançou, é uma prova do espírito vivo de exploração que continua a descobrir os segredos do Sistema Solar”, disse a diretora da Divisão de Ciência Planetária da NASA Lori Glaze.
Aproximação da nave ao Bennu, durante um dos ensaios para a descida.Fonte: NASA/Divulgação
É importante ressaltar que o comando da missão ainda precisa confirmar se a nave realmente alcançou seu objetivo, o que pode demorar até 10 dias. Caso seja necessário, ela ainda pode realizar outras duas tentativas de pouso no asteroide, antes de iniciar sua viagem de volta à Terra.
A importância da missão
Lançada em 2016, a pequena espaçonave tinha como alvo o asteroide de 500 metros de diâmetro, atualmente a 321 milhões de quilômetros de distância da Terra. Descoberto em 1999, ele despertou o interesse dos pesquisadores desde então.
Para os cientistas, esta rocha espacial antiga e bem preservada pode ser uma ótima fonte de estudos sobre as origens dos planetas. Eles também acreditam que corpos celestes semelhantes ao Bennu tenham semeado a superfície terrestre com os compostos necessários para a vida.
Existe a possibilidade de que o Bennu atinja a Terra em 2135.Fonte: NASA/Divulgação
A OSIRIS-REx chegou até ele em dezembro de 2018, quando começou a orbita-lo e a mapear sua superfície, juntando os detalhes para a realização da histórica manobra de pouso e coleta.
“Esta foi uma façanha incrível, hoje nós avançamos tanto na ciência quanto na engenharia e nossas perspectivas para futuras missões para estudar esses misteriosos contadores de histórias do Sistema Solar”, disse o administrador do Diretório de Missão Científica da NASA Thomas Zurbüchen.
Quando os materiais chegam à Terra?
Devido à distância em que o Bennu está atualmente, o que também atrasou a divulgação das imagens da manobra, a OSIRIS-REx só deve chegar à Terra em setembro de 2023, pousando no deserto de Utah, com o auxílio de paraquedas.
Após a chegada, as amostras do Bennu serão estudadas por cientistas de todo o mundo, podendo trazer grandes revelações.
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