O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (21), que não vai permitir a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, anunciada no dia anterior pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A vacina está sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan e tem apoio de João Doria, rival político do presidente.
Bolsonaro disse que só compraria medicamentos com eficácia "comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa". De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, a CoronaVac já se provou segura, mas os resultados dos testes de eficácia contra a covid-19 ainda não foram liberados.
Segundo matéria publicada pelo site Poder 360, o presidente ainda teria enviado uma mensagem aos seus ministros afirmando: "Não compraremos vacina da China".
Declaração contradiz atos do Governo
"Para o meu governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina", afirmou o presidente nas redes sociais.
A declaração, no entanto, contradiz os recentes esforços do Governo em apoiar o uso da cloroquina, medicamento cuja eficácia contra a covid-19 foi negada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até julho, o Exército Brasileiro produziu 3 milhões de comprimidos do medicamento. Os custos da produção, que ultrapassam R$ 1,5 milhão, estão sob investigação do Ministério Público de Contas e do Tribunal de Contas da União.
Apesar de seu posicionamento, Jair Bolsonaro também assinou em 6 de agosto uma Medida Provisória que libera R$ 1,9 bilhão para a compra de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório Astrazeneca. Assim como a CoronaVac, a fórmula não possui autorização da Anvisa.
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